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“Direito à cidade” em debate na Faculdade de Arquitetura de Lisboa
Em 1968, o filósofo marxista Henri Lefebvre publicou o “Direito à cidade”. Neste livro, escrito nas vésperas do Maio de 68, pensa a cidade tal como é moldada pelo capitalismo opondo-lhe a afirmação de um novo tipo de direito, o direito à qualidade de vida urbana que seria simultaneamente “direito à liberdade, à individualização na socialização” e também “direito à obra (à atividade participante) e direito à apropriação (bem distinto do direito à propriedade)".
Lefebvre junta assim o urbanismo aos dois temas em que tinha marcado já a sua influência, o debate filosófico sobre o marxismo e a sua “crítica da vida quotidiana”. Para ele, a cidade era também, para além das dinâmicas impostas pelo lucro, um centro de insurreição estética contra o quotidiano.
O seminário “Direito à cidade” pretende “contribuir para a reflexão teórica sobre a noção do direito à cidade e sobre a sua pertinência hoje para aprofundar a análise crítica do urbano neoliberal, superar a lógica dominante do mercado e do valor de troca e ampliar o campo do possível, reinventando a cidade como obra coletiva e imaginando uma outra
sociedade urbana, governada pelo valor de uso, mais justa e inclusiva.”
Para além da “revisitação da noção do direito à cidade de Lefebvre”, são temas do seminário as “práticas contra-hegemónicas emergentes de produção coletiva de outro espaço”, a “(Des)marginalização do espaço público”, o “papel do ensino e da extensão académica na produção de outro(s) espaço(s)” e a “nova geração de políticas de habitação em Portugal e o direito à habitação e à cidade”.
Este evento é organizado pelo GESTUAL, Grupo de Estudos Socio-Territoriais, Urbanos e de Ação Local, do CIAUD, Centro de Investigação em Arquitetura, Urbanismo e Design.
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