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Diminui número de jovens que não trabalham nem estudam

O número de jovens com idades entre os 15 e os 34 anos que não trabalham nem estudam voltou a descer em 2019, revela o relatório “Estado da Educação 2019” do Conselho Nacional de Educação (CNE).
A proporção de pessoas nesta categoria desceu de 15,2% em 2014 para 9,5% em 2019. Porém, ainda são visíveis assimetrias regionais, sendo este indicador muito variável ao longo do país.
Nos arquipélagos dos Açores e Madeira, a situação é mais abrangente, com uma média de 16,4% dos jovens a não estudar, a não fazer formações e a não ter um emprego formal. Já a região centro de Portugal continental regista metade desta percentagem: 8,2%.
O relatório do CNE, explica a agência Lusa, faz um retrato do sistema educativo português no ano letivo de 2018/2019 e analisa a evolução registada nos últimos dez anos, tendo por base os dados nacionais disponíveis e comparações internacionais.
O “Estado da Educação de 2019” tem dados positivos sobre a evolução da educação em Portugal na última década: o abandono escolar diminuiu, bem como os chumbos, e há mais crianças no ensino pré-escolar.
No que toca ao desemprego, os dados não são propriamente surpreendentes: os jovens foram os mais atingidos em 2019, sendo que aqueles com menos qualificações levaram mais tempo a arranjar emprego e este tinha um salário mais baixo.
“O grupo com mais qualificação escolar registou um rendimento líquido médio 85% superior ao da população que estudou apenas até ao ensino básico, enquanto na UE esta diferença é de 73%”, pode ler-se no documento.
O país continua a ter um mau desempenho no quadro de formação média da população adulta da União Europeia. Em Portugal, 50,2% das pessoas com idades entre os 25 e os 64 anos tem apenas o ensino básico como nível de escolaridade máximo, sendo este valor de 22% na média da União Europeia.
Ainda que tenha aumentado nos últimos anos, a formação de adultos continua a ser baixa e procurada maioritariamente por pessoas com formação superior.
Para o CNE, estes dados são um reflexo de uma “fragilidade estrutural relacionada com a tardia escolarização de massas e que se traduz num baixo nível de qualificações”.
Os recursos económicos e sociais das famílias continuam a apresentar um impacto significativo no desempenho dos alunos, pelo que não será surpreendente se tiverem também um impacto na formação ao longo da vida.
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