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Desobedoc passou por Guimarães, Coimbra, Covilhã e Fundão

Depois do Porto, Tavira e Bragança, este fim de semana a mostra de cinema insubmisso levou filmes e debates a outras zonas do país. Quarta-feira é vez de Vila Real receber o Desobedoc.
Conversa com a realizadora Valérie Mitteaux em Coimbra. Foto Teatro da Cerca de São Bernardo/Facebook

Um dos destinos do Desobedoc – mostra de cinema insubmisso, este sábado foi o Centro de Artes e Espatáculos São Mamede, em Guimarães.

Na sessão de abertura desta iniciativa organizada pelo Bloco de Esquerda em parceria com a Fundação Rosa Luxemburgo e a Associação Transform!, Ana Rute Marcelino enalteceu o significado da exibição destes filmes acontecer no São Mamede, uma vez que “esta sala faz parte da memória coletiva dos vimaranenses, tendo sido criada, nos anos 70, especificamente para cinema e está sem programação há vários anos”.

A candidata do Bloco de Esquerda ao Parlamento Europeu referiu ainda a importância do Desobedoc “para estimular a reflexão de temas importantes da sociedade” e afirmou que “a programação escolhida versa temas essenciais a esta campanha eleitoral, como as alterações climáticas, as migrações e os direitos humanos”.

A exibição dos filmes foi seguida de debates. Sobre o filme “Isto Muda Tudo”, de Avi Lewis, Pedro Soares e Miguel Martins destacaram “a urgência de resolver a crise climática” e da necessidade da “transição energética para fontes de energia renováveis”.

Em relação ao filme “Avenida Lenine, 8”, de Valérie Mitteaux e Anna Pitoun, Raquel Azevedo e Paula Nogueira alertaram para a “falta de solidariedade da União Europeia em relação aos povos migrantes e refugiados” e referiram que “a imigração é a única solução para a crise demográfica que Portugal e a Europa enfrentam atualmente”.

Na estreia do documentário “O Silêncio dos Outros”, de Almudena Carraceno e Roberto Bahar, Alexandra Vieira, José Manuel Cordeiro e Paulo Costa fizeram um enquadramento histórico da ascensão dos movimentos fascistas no início do século XX na Europa e destacaram a “urgência de políticas sociais que respondam aos problemas das pessoas”, de forma a “estancar movimentos populistas que nascem da descrença e da ausência de solidariedade entre países no seio da União Europeia”.

Outra extensão desta mostra de cinema insubmisso passou este fim de semana pela Cova da Beira, com sessões no Fundão e Covilhã. “Falámos do franquismo e da sua história esquecida, da política atual brasileira e a ascensão da extrema direita, tivemos o Desobedoquinho onde exibimos curtas direccionadas para miúdos e graúdos, falamos sobre o holocausto, nazismo e a grave crise migratória que existe na Europa”, refere a organização do evento que passou pela Biblioteca Municipal Eugénio de Andrade, no Fundão e pelo espaço A Tentadora, na Covilhã.

O Teatro da Cerca de São Bernardo, em Coimbra, recebeu esta sexta-feira a realizadora de “Avenida Lenine, 8”, Valérie Mitteaux, para um debate após a projeção do filme. Francisco Louçã e António Pedro Pinta comentaram no sábado “O Silêncio dos Outros”, de Almudena Carraceno e Roberto Bahar. Esta segunda-feira às 21h30, Miguel Cardina e Bárbara Lobo vão comentar no bar Liquidâmbar “Um cabra marcado para morrer”, sobre a luta camponesa no Nordeste brasileiro nos anos 1960.

Esta quarta-feira é a vez de o Club de Vila Real acolher a extensão do Desobedoc, com a projeção de “Um cabra marcado para morrer”, de Eduardo Coutinho, às 18h, seguindo-se às 21h30 “O silêncio dos Outros”.

O Desobedoc nasceu no Porto, em 2014, com o objetivo de promover políticas culturais na cidade e criar público para cinema nos centros urbanos, que ao longo do tempo foi sendo expulso para os grandes centros comerciais. Além do evento principal, no Porto, há extensões por todo país. Este ano, houve sessões em Bragança, Coimbra, Covilhã/Fundão, Guimarães, Tavira e Vila Real.

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