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“Défice zero não é sustentável nem responsável”
“Não estava à espera destes novos porta-vozes das reivindicações sindicais”, começou por afirmar para, de seguida, perguntar às bancadas do PSD e CDS “onde é que estavam quando este mês se votou a contagem do tempo de serviço dos técnicos de diagnóstico e terapêutica quando fizessem a transição para a nova carreira?"
A coordenadora bloquista denuncia que as bancadas da direita chumbaram “as propostas para as quais agora defendem a contestação”. “Haja decoro e limites para a hipocrisia!”, pediu.
Governo “deve resolver problemas, em vez de os adiar”
“Sabemos o que fez a direita e toda a gente sabe que destruir é muito mais rápido que construir. Mas também é claro que permanece um injustificável estrangulamento dos serviços públicos. Esse estrangulamento está no equipamento que falha nos transportes, hospitais, escolas, prisões. Mas também nos problemas que se arrastam sobre as carreiras dos seus profissionais”, notou a deputada bloquista.
“Forças de segurança, magistrados e oficiais de justiça, professores, técnicos superiores de diagnóstico e terapêutica, enfermeiros... o governo adia soluções e com isso deteriora a situação. Profissionais que vêm os seus problemas de carreira sempre adiados e que trabalham em serviços públicos depauperados. Não temos sequer de concordar com todas as formas de luta para concordarmos com as justas reivindicações destes trabalhadores”, sublinhou.
“Cabe ao governo dar o passo essencial. Ter a humildade de ouvir e capacidade de dialogar. Negociar, em vez de empatar. Resolver problemas, em vez de os adiar”.
“É nossa convicção que o governo não adia por incompetência nem por desleixo. Adia porque está convicto de que é mais importante a corrida do défice com Bruxelas do que resolver os défices do país”. É um erro”, avisou Catarina Martins.
“Já ninguém acredita nas metas do Tratado Orçamental. O Partido Socialista votou contra o tratado ainda este mês no Parlamento Europeu. Macron acaba de anunciar mais défice em França. O anúncio de défice zero dará talvez para uma campanha a curto prazo. Mas não é sustentável nem responsável”.
“Eram pessoas a mais porque os barcos eram a menos”
A coordenadora bloquista confrontou António Costa com a supressão de barcos na travessia do Tejo.
“No Seixal passageiros a mais num barco obrigaram à intervenção da Polícia Marítima. Eram pessoas a mais porque os barcos eram a menos. A Transtejo então passou um dos barcos que faz a ligação de Cacilhas para o Seixal. E em Cacilhas esperou-se mais”, explicou.
“Os utentes dos barcos desesperam todos os dias para ir trabalhar. Mas também dos comboios. Ligações ferroviárias são suprimidas quase todos os dias nas várias zonas do país. Com os autocarros, o panorama não é mais animador. Poucas ligações, gente que desespera para ir trabalhar, estudar, voltar para casa”.
“Bem sei que a direita deixou os transportes em agonia. Mas é mais que tempo de reconstruir. Quando teremos mais barcos no Tejo? Quando é que há mais material circulante na CP? Quando teremos os maquinistas e motoristas que faltam?”
A fechar, a coordenadora bloquista questionou o chefe do executivo com a Lei de Bases da Saúde. “Há quase um ano, o governo prometeu uma proposta de Lei de Bases da Saúde. A de Arnaut e Semedo, que o Bloco trouxe para o parlamento, está na comissão de especialidade desde junho”.
“Vai o governo juntar-se a este debate? Quando? Antes ao final do ano? Quanto tempo mais até que o governo cumpra o que prometeu?”, perguntou.
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