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Da perseguição no Myanmar ao confinamento no Bangladesh

Estão em quarentena no Bangladesh perto de quinze mil refugiados rohingyas, minoria muçulmana perseguida do Myanmar, após terem sido confirmados 25 casos de covid-19 na comunidade.
Refugiados Rohingya. Foto de United to End Genocide/Flickr.

Devido à perseguição de que são alvo no Myanmar, os rohingyas, minoria muçulmana, foram obrigados a fugir para o Sul do Bangladesh onde se encontram refugiados em situação de grande pobreza e fragilidade. Nos vários campos encontram-se perto de um milhão de refugiados desta comunidade.

Toha Bhuiyan, responsável sanitário do distrito de Cox’s Bazar, onde se encontram os refugiados, referiu à France-Presse (AFP) que “nenhuma das pessoas infetadas se encontra em estado crítico. A maioria tem poucos sintomas. De qualquer forma, colocamo-los em centros de confinamento e os respetivos familiares em quarentena”.

Aquando dos primeiros casos positivos do novo coronavírus foram criados centros de tratamento para 700 pessoas infetadas e tentou-se aumentar o número de testes diários, que atualmente se cifra nos 188. Neste momento, a propagação da covid-19 levou ao confinamento de perto de quinze mil rohingyas em três diferentes zonas para refugiados, tendo a maior parte dos casos positivos sido encontrados em Kutupalong, onde estão perto de 600 mil refugiados.

O responsável de Cox’s Bazar pelos serviços de saúde, Mahbubur Rahman, refere que “estamos muito inquietos uma vez que os campos de refugiados são densamente povoados. Suspeitamos que a transmissão comunitária já tenha começado”.

Devido a esta possibilidade de propagação da covid-19 nesta comunidade, foram aumentadas as medidas de contingência, que irão obrigar a que quem chega à capital do Bangladesh, cidade de Daca, tenha que cumprir uma quarentena de 14 dias antes de poder aceder à zona dos campos de refugiados.

Segundo a Lusa, que cita a AFP, um francês que trabalha num desses campos refere que “os funcionários humanitários têm medo e estão em pânico porque muitos de nós são obrigados a trabalhar sem proteção suficiente”, considerando também que “a distância física é praticamente impossível. Apesar dos esforços das organizações humanitárias, os refugiados estão pouco sensibilizados para a doença”.

As autoridades da capital do Bangladesh cortaram em setembro de 2019 as ligações de internet como argumento para combater grupos criminosos, o que ainda dificulta mais o acesso às informações relativas a estes campos.

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