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Da perseguição no Myanmar ao confinamento no Bangladesh
Devido à perseguição de que são alvo no Myanmar, os rohingyas, minoria muçulmana, foram obrigados a fugir para o Sul do Bangladesh onde se encontram refugiados em situação de grande pobreza e fragilidade. Nos vários campos encontram-se perto de um milhão de refugiados desta comunidade.
Toha Bhuiyan, responsável sanitário do distrito de Cox’s Bazar, onde se encontram os refugiados, referiu à France-Presse (AFP) que “nenhuma das pessoas infetadas se encontra em estado crítico. A maioria tem poucos sintomas. De qualquer forma, colocamo-los em centros de confinamento e os respetivos familiares em quarentena”.
Aquando dos primeiros casos positivos do novo coronavírus foram criados centros de tratamento para 700 pessoas infetadas e tentou-se aumentar o número de testes diários, que atualmente se cifra nos 188. Neste momento, a propagação da covid-19 levou ao confinamento de perto de quinze mil rohingyas em três diferentes zonas para refugiados, tendo a maior parte dos casos positivos sido encontrados em Kutupalong, onde estão perto de 600 mil refugiados.
O responsável de Cox’s Bazar pelos serviços de saúde, Mahbubur Rahman, refere que “estamos muito inquietos uma vez que os campos de refugiados são densamente povoados. Suspeitamos que a transmissão comunitária já tenha começado”.
Devido a esta possibilidade de propagação da covid-19 nesta comunidade, foram aumentadas as medidas de contingência, que irão obrigar a que quem chega à capital do Bangladesh, cidade de Daca, tenha que cumprir uma quarentena de 14 dias antes de poder aceder à zona dos campos de refugiados.
Segundo a Lusa, que cita a AFP, um francês que trabalha num desses campos refere que “os funcionários humanitários têm medo e estão em pânico porque muitos de nós são obrigados a trabalhar sem proteção suficiente”, considerando também que “a distância física é praticamente impossível. Apesar dos esforços das organizações humanitárias, os refugiados estão pouco sensibilizados para a doença”.
As autoridades da capital do Bangladesh cortaram em setembro de 2019 as ligações de internet como argumento para combater grupos criminosos, o que ainda dificulta mais o acesso às informações relativas a estes campos.
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