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Crime racista: colombiana agredida no Porto por segurança da STCP

Jovem colombiana foi esmurrada por um segurança dos transportes do Porto na noite de São João, queixando-se ainda de que a PSP, chamada ao local, ignorou a queixa. A STCP abriu um processo interno e diz que o agressor está suspenso.
A agredida afirma ter feito queixa à polícia, que agiu passivamente.  

A agredida chama-se Nicol Cunayas, tem 21 anos e mora desde os 5 em Portugal. Num vídeo, pode ver-se a agressão: a miúda está no chão, de cara para baixo, e um homem agride-a. “Tu aqui não entras, preta de merda, queres apanhar um autocarro, apanhas no teu país”, terá dito o fiscal antes da agressão. A partir do vídeo publicado nas redes sociais, o Diário de Notícias foi tentar ouvir os protagonistas deste crime racista.

A jovem foi expulsa do autocarro onde tentou entrar e violentamente agredida. Segundo testemunhas, o fiscal havia ainda dito, referindo-se a Nicol e a quem a acompanhava, que “pessoas como vocês só arranjam problemas”. “Pessoas como vocês” seriam, nas palavras do mesmo, “pretas”.

A agredida afirma ter feito queixa à polícia, que no local agiu passivamente.  Contactada pelo DN, a PSP não esclareceu se o agressor foi identificado no local. A empresa de segurança privada 2045, empregadora do agressor na altura ao serviço da STCP, não respondeu às questões enviadas pelo jornal. Do lado da STCP, o DN obteve a resposta de que "o indivíduo em questão tem funções suspensas até ao término do inquérito que está em curso."

A associação SOS Racismo já apresentou uma queixa desta agressão junto da Comissão para a Igualdade e Contra a Discriminação Racial. Num comunicado enviado hoje à agência Lusa, a SOS Racismo chama a atenção para o facto de "os uniformes parecerem conferir a determinados indivíduos o sentimento de impunidade de que precisam para atuar fora da lei".

"Os insultos e o uso absolutamente desproporcionado da violência foram, neste caso, mais um exemplo de discriminação racista e xenófoba em Portugal", acusa a organização, para quem as "evidências desse abuso de força" estão documentadas em "fotografias e em vídeos partilhados nas redes sociais e meios de comunicação social de Portugal e da Colômbia".

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