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Criador do modelo sueco de combate à covid diz-se arrependido

Para muitos, o modelo sueco era um farol de liberdade que permitia combater a pandemia sem confinamento. Os números já tinham provado que não funcionou. Agora foi a vez do epidemiologista que o elaborou admitir que devia ter feito diferente.
Cidadãos suecos num parque de Estocolmo a 30 de maio. Foto de HENRIK MONTGOMERY/EPA/Lusa.
Cidadãos suecos num parque de Estocolmo a 30 de maio. Foto de HENRIK MONTGOMERY/EPA/Lusa.

Anders Tegnell é o homem por detrás do modelo sueco de combate à covid-19. Foi ele quem convenceu o governo do seu país a não decretar confinamento. 4.468 mortes depois, reconhece que errou.

A Suécia conta com 43 mortes por cem mil habitantes devido ao novo coronavírus. Uma das taxas mais altas do mundo e que contrasta claramente com as da Dinamarca e Noruega, países que aderiram a medidas de confinamento.

Tegnell diz agora que “claramente, há potencial para melhorar o que fizemos na Suécia” e que “se encontrássemos a mesma doença, com o conhecimento que temos hoje, acho que a nossa resposta teria chegado a um ponto de equilíbrio entre o que a Suécia fez e o que o resto do mundo fez”.

O país decidiu-se por não parar atividades económicas, por não obrigar cidadãos a ficar em casa e apenas proibiu reuniões, espetáculos e eventos desportivos que tivessem mais de 50 pessoas.

O plano não teve sequer os resultados económicos esperados, não tendo evitado a crise. Magdalena Andersson, ministra das Finanças, informou que o PIB deve cair 7% em 2020, percentagem semelhante a países nas mesmas condições e que representa a maior crise económica desde a II Guerra Mundial.

O governo de Stefan Lofven que implementou estas medidas decidiu abrir um inquérito à gestão do combate à pandemia, esperando os resultados antes do verão.

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