“As mulheres negras são historicamente a categoria mais desprotegida e há uma naturalização do facto de serem muito mal remuneradas, com emprego prego precário e informalidade contratual”, disse Joacine Moreira presidente do organismo, à agência Lusa.
De acordo com a mesma, as mulheres negras estão na base da pirâmide do sistema capitalista e é a sua invisibilidade que o tem feito andar.
A criação do instituto, composto sobretudo por mulheres negras com formação superior ou trabalho desenvolvido em áreas específicas para suprir as necessidades quotidianas das mulheres negras, desde a educação ao acesso à cultura, servirá, assim, para fixar um espaço de valorização dos conhecimentos e da partida de experiências, “historicamente recusado”, segundo Joacine Moreira.
A fundadora considera ainda que entre as mulheres com formação académica também se verifica “alguma invisibilidade”: “Apesar das nossas habilitações, continuamos a não ser reconhecidas como agentes de conhecimento, o que faz com que não exista uma grande diferença entre nós (fundadoras) e as outras mulheres, que são as nossas mães, as nossas irmãs, as nossas amigas”.
O instituto irá promover iniciativas de intervenção social através de oito departamentos, das artes à cultura e espetáculos até à educação e infância.