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Coronavírus: OMS apela a todos os países para se prepararem com urgência

O diretor-geral da Organização Mundial de Saúde pede a todos os países para se preparem com urgência para a resposta ao covid-19 e manifesta preocupação com o ritmo rápido de propagação. Em Itália, o surto alastrou, sem se conhecer a fonte da transmissão.
Tedros Adhanom Ghebreyesus, diretor-geral da Organização Mundial de Saúde – foto de Salvatore di Nolfi/Epa/Lusa
Tedros Adhanom Ghebreyesus, diretor-geral da Organização Mundial de Saúde – foto de Salvatore di Nolfi/Epa/Lusa

Tedros Adhanom Ghebreyesus, diretor-geral da Organização Mundial de Saúde (OMS), fez o apelo este sábado em conferência de imprensa, onde alertou para o ritmo rápido de propagação da doença e para o surgimento de pessoas infetadas que não tiveram qualquer contacto com algum caso confirmado, nem têm historial de viagens à China.

“Os casos que estamos a ver no resto do mundo, embora os números sejam baixos, o facto de não estarem ligados a Wuhan ou à China, são muito preocupantes”, declarou Tedros, salientando que, apesar do pedido da OMS, a comunidade internacional não está a agir rapidamente, nomeadamente a nível de financiamento.

O diretor-geral da OMS manifestou grande preocupação com o risco de o vírus chegar a países com economias mais pobres e com frágeis sistemas de saúde, tendo dito que estão identificados 13 destes países em África, devido aos laços com a China.

O diretor-geral da OMS tinha apontado, na sexta-feira, que a janela de oportunidade para evitar uma pandemia está a fechar-se.

O FMI alertou também para o impacto económico negativo do coronavírus. “Acima de tudo, o vírus Covid-19 é uma tragédia humana, mas também tem impacto económico negativo. Relatei ao G20 que, mesmo no caso de rápida contenção do vírus, o crescimento na China e no resto do mundo seria afetado. Obviamente que todos esperamos uma recuperação rápida, mas, dada a incerteza, seria prudente prepararmo-nos para cenários mais adversos”, declarou a diretora-geral do FMI, Kristalina Georgieva.

Itália é o quarto país com mais casos

Na Europa, a maior preocupação com a epidemia passou a ser com a Itália, que é já o quarto país com mais casos a nível mundial, com mais de 130 pessoas infetadas e 3 pessoas mortas.

O governo de Itália aprovou fortes medidas de contenção abrangendo dez localidades, após o forte crescimento da epidemia nos últimos três dias, sem se conhecer a fonte da propagação. A maior parte dos casos foram registados na aldeia de Codogno na Lombardia no norte da Itália, uma das regiões mais afetadas, juntamente com Veneto e Piamonte.

Segundo o Público, entre as medidas de contenção tomadas destaca-se a interrupção do Carnaval de Veneza. Neste sábado, o Conselho de Ministros italiano aprovou um decreto-lei que estabelece medidas para zonas atingidas, entre as quais a proibição de saída do município (ou da área), a suapensão de eventos, tanto em locais públicos como privados, a suspensão de educação escolar, encerramento de museus, de alguns negócios e atividade comercial. É ainda recomendado que as pessoas fiquem em casa e pode ser imposta a quarentena a pessoas que tiveram contato com pessoas afetadas.

A China continua a ser o país com mais casos conhecidos (76.396), seguindo-se a Coreia do Sul (602), o Japão (135) e a Itália (132). No Irão também os casos conhecidos crescem rapidamente, tendo-se verificado já oito mortos. O governo iraniano tomou um conjunto de medidas de emergência, nomeadamente o encerramento de escolas e de seminários.

Portugal: médicos devem reportar casos de doentes vindos de Itália

A diretora-geral de saúde de Portugal, Graça Freitas, anunciou que os médicos devem reportar os casos de doentes vindos do norte de Itália.

"Neste momento estamos atentos à situação em Itália. Houve mais casos detetados mas também foram tomadas medidas de contenção e isolamento", declarou Graça Freitas à Lusa.

A direção-geral de saúde portuguesa vai "estar atenta ao evoluir da situação em Itália e no resto do mundo, pois há outros países com foco neste momento, como o Irão e a Coreia", segundo declarou a diretora, que acrescentou que o “procedimento mantém-se o mesmo”, alargando “este radar a outras áreas”.

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