Em Portugal, centenas de pessoas saíram às ruas em Braga, Coimbra, Faro, Fátima, Lisboa, Porto, Tavira e Vouzela. Os manifestantes realçaram a importância histórica da Cimeira do Clima da ONU, que começa amanhã em Paris. Na Cimeira estarão presentes os principais chefes de Estado e de Governo. O objetivo da Cimeira é acordar um novo tratado internacional para tentar minimizar o impacto das alterações climáticas. A Cimeira tem sido criticada pela insuficiente ambição manifestada nas negociações prévias (um aumento de 3ºC até 2100).
Os protestos continuarão ao longo de toda a COP-21, que termina a 12 e 13 de dezembro. No final da manifestação em Lisboa foi lançado o manifesto da Marcha pela Justiça Climática, e marcado novo protesto para 12 de dezembro. Segundo o manifesto, “no final da Cimeira de Paris COP-21, saímos à rua reivindicando respostas concretas e eficazes para a crise climática e ambiental global”. Portugal juntar-se-á assim a outros protestos internacionais porque “está nas nossas mãos empurrar para a frente alternativas credíveis para um planeta climaticamente seguro e com futuro para todas as gerações vindouras”, explica o documento. O manifesto salienta também a ideia de justiça climática, afirmando a necessidade de corrigir “muitas das injustiças históricas que fazem com que hoje sejam os países mais pobres e que menos contribuíram para as alterações climáticas aqueles mais ameaçados pelos seus efeitos”.
O manifesto hoje lançado já conta com a assinatura de personalidades das artes, da academia e da sociedade civil, em particular de associações ecologistas. Das artes podemos encontrar nomes como António-Pedro Vasconcelos, Capicua, Chullage, Pilar del Rio, Sérgio Godinho ou Vhils. Da academia, salientamos Boaventura Sousa Santos, Filipe Duarte Santos, Francisco Louçã, João Cravinho, João Ferrão, José Lima Santos, José Vítor Malheiros, Luísa Schmidt e Viriato Soromenho-Marques. Da sociedade civil o manifesto conta com as assinaturas de D. Januário Torgal Ferreira, Eugénio Sequeira, João Joanaz de Melo, Mamadou Ba, Maria do Rosário Gama e Mário Ruivo, para referir alguns nomes.