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Construção de “democracia cristã” é o objetivo de governo de Orbán

Eleito pela terceira vez após campanha com forte mensagem anti imigração, Viktor Orbán afirma que proteção da “cultura cristã tradicional" será o principal objetivo do seu governo.
Construção de “democracia cristã” é o objetivo de governo de Orbán
Orbán é uma das maiores vozes contra a imigração na Europa, opondo-se sobretudo à presença de migrantes muçulmanos em fuga dos territórios em guerra no Médio Oriente e em África. Foto de European People's Party/Flickr.

Eleito para o terceiro mandato consecutivo como primeiro ministro da Hungria, Viktor Orbán afirma que o principal objetivo do seu governo será a preservação da segurança e da cultura cristã do país. 

O político eleito pelo Fidesz - União Cívica Húngara, um partido de direita populista que concorreu em coligação com o KDNP (Partido Popular Democrata Cristão), reuniu 49% dos votos, obtendo assim 133 dos 199 mandatos - uma maioria que lhe permite alterar a Constituição. Estima-se que, numa contagem desde as eleições de 2010, cerca de 70% dos eleitores húngaros tenham votado na direita reacionária ou na extrema-direita assumida.

As mensagens anti imigração foram o principal tema a moldar a última campanha eleitoral. Orbán é uma das maiores vozes contra a imigração na Europa, opondo-se sobretudo à presença de migrantes muçulmanos em fuga dos territórios em guerra no Médio Oriente e em África. Esta retórica xenófoba permitiu-lhe um grande resultado eleitoral, reunindo sobretudo maior apoio nas zonas rurais do país. A oficialização da reeleição de Orbán terá lugar a 8 de maio. 

Segundo o The Guardian, Orbán afirmou, em declarações à comunicação social húngara, que o seu projeto de governo passava pela construção de uma “democracia cristã”. 

“Estamos a trabalhar para construir uma democracia cristã da velha guarda, fundada nas tradições europeias (…) Acreditamos na importância da nação e na Hungria não queremos ceder terreno a nenhum negócio supranacional ou império político”, afirmou em declarações que podem ser consideradas uma referência ao milionário George Soros.

Viktor Orbán já acusou o milionário George Soros, a sua instituição, a Open Society Foundation, e organizações não governamentais (ONG) financiadas por esta de tentativa de ingerência na vida política do país e de campanhas de apoio à imigração. Orbán chega inclusive a acusar publicamente Soros de ter um plano oculto para destruir a Hungria. 

Aliás, espera-se que uma das primeiras leis aprovadas no terceiro mandato de Viktor Orbán seja a lei “Parar Soros”, uma mudança legislativa que iria impôr um imposto de 25% a todos os donativos estrangeiros a ONG que apoiem a imigração. O primeiro ministro húngaro afirmou também que todas as organizações envolvidas em trabalho com migrantes necessitariam de autorização das autoridades de segurança nacional para poderem continuar a trabalhar.

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