You are here
Confinamento(s) em tempo de ditadura
O esquerda.net tem publicado um testemunho por dia de resistentes antifascistas sobre o seu quotidiano na prisão e/ou na clandestinidade e as estratégias que encontraram para combater o isolamento.
Este projeto, organizado por Mariana Carneiro, terá continuidade durante a primeira quinzena de maio. Todos os testemunhos publicados até ao momento estão reunidos aqui:
Confinamento(s) em tempo de ditadura
A luta pela Liberdade, contra a ditadura e o colonialismo, significou, para muitas e muitos resistentes antifascistas, confinamento(s) de caráter variado. Seja pela passagem, por vezes bastante longa, pelos calabouços de prisões como a de Peniche, Caxias, Elvas, Aljube ou até mesmo por campos de concentração nas ex-colónias, como é o caso do Tarrafal, ou pelo “mergulho”, inclusive por décadas, na clandestinidade, estas Mulheres e estes Homens de Abril tiveram de encontrar estratégias para lidar com o isolamento físico e social, a ausência de liberdade de movimentos, e a impossibilidade do convívio com os seus afetos.
É dessas estratégias, dessas ferramentas tão diversas a que recorreram para combaterem a solidão, manterem atividade “subversiva”, comunicarem com o exterior e com os outros presos, para sobreviverem com o pouco que era possível, ou, simplesmente, para manterem a sua sanidade mental e se tentarem abstrair da campainha do telefone que anunciava a sua ida à António Maria Cardoso, que nos vão dar conta estas e estes resistentes antifascistas.
Durante as próximas duas semanas, o esquerda.net publicará um testemunho por dia. O primeiro testemunho, de Alfredo Caldeira, será lançado já esta terça-feira, 28 de abril.
Na cadeia do Aljube, Alfredo Caldeira esteve três meses numa cela com “2 metros por 1,5 metros e praticamente sem luz natural, onde um catre basculante (bailique), com uma enxerga apenas com alguma palha e duas mantas, normalmente sujas, quando estava para baixo, apenas deixava uns 15 a 20 centímetros até à parede oposta”.
Add new comment