You are here

Concentração contra aulas em contentores há dez anos numa escola do Seixal

Há dez anos que há aulas em contentores na Escola Secundária João de Barros no Seixal. Esta quarta-feira, alunos, funcionários, professores e pais manifestaram-se contra a degradação da escola, o amianto e a falta de funcionários. Joana Mortágua, deputada do Bloco presente no protesto, considerou a situação como “crítica”.
Comunidade educativa da Escola Secundária João de Barros, no Seixal, manifesta-se contra más condições na escola. Dezembro de 2019.
Comunidade educativa da Escola Secundária João de Barros, no Seixal, manifesta-se contra más condições na escola. Dezembro de 2019.

Mais de 600 pessoas concentraram-se em frente à Escola Secundária João de Barros, no Seixal, na manhã desta quarta-feira, para exigir a conclusão das obras que duram há dez anos, obrigando alunos a terem aulas em contentores, a retirada do amianto das infraestruturas escolares e a contratação de mais funcionários.

Alunos, funcionários, professores e pais estão preocupados com o estado das instalações desta escola. E a preocupação agrava-se porque o concurso para a sua requalificação recentemente lançado não teve quaisquer empresas concorrentes. Em declarações à Lusa, José Lourenço, presidente da Associação de Pais da Escola João de Barros, considera que isto se deveu ao facto do concurso ter sido “lançado com um valor completamente desadequado ao mercado, de 7,5 milhões de euros”. Isto quando a consulta feita a “seis empresas de referência no mercado” indicou valores na ordem dos dez a 16 milhões de euros.

O presidente desta associação de pais vai até mais longe, considerando que se tratou de uma “manobra dilatória” por parte do governo. Para além desta situação também a presença de amianto, “um risco de saúde pública”, e a falta de funcionários levantam preocupações aos manifestantes. O rácio determinado pelo Ministério da Educação é de 60 funcionário mas só estão ao serviço 41.

“É grave e nada é feito”

Joana Mortágua também marcou presença na concentração, tal como os autarcas bloquistas do concelho. A deputada eleita pelo círculo de Setúbal considerou a situação “crítica” defendendo que o que se passa “é grave e nada é feito”. Reforçou também a ideia de que é urgente chegar a uma solução: “não podemos continuar a sujeitar a comunidade escolar a estes riscos”.

Por isso mesmo, o Bloco questionou o ministro da Educação sobre o que irá fazer para solucionar os problemas.

No documento o Bloco começa por traçar a história atribulada do processo das obras de remodelação que fazem com que hajam aulas em contentores “há cerca de 10 anos”. Estas começaram em 2010 e deveriam ter durado ano e meio mas foram paradas pelo governo de Passos Coelho. Retomadas em seguida em 2017, voltaram a ficar paradas desde junho, “aparentemente abandonadas pelo empreiteiro, e sem solução que se conheça por parte da Parque Escolar e do Governo, para desespero da comunidade escolar”.

O Bloco denuncia que os contentores, “cujo uso deveria ser apenas provisório, já ultrapassaram o seu tempo de vida útil” e “não têm condições térmicas e acústicas”. Ainda o mês passado, o recinto da Escola “ficou, mais uma vez, completamente alagado devido às chuvas”.

Por todas estas “marcas do abandono” o partido pretende que o ministério da Educação esclareça que soluções prevê para a conclusão das obras, quando se vão retomar e terminar e que medidas vão ser tomadas “para garantir que a Escola tem condições mínimas de conforto e segurança até que as obras estejam concluídas”.

Termos relacionados Sociedade
(...)