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Comissário da “proteção do modo de vida europeu” é “vitória ideológica”, reclama Le Pen
Para a nova Comissão Europeia foi proposta pela presidente, Ursula von der Leyen, a criação do Comissário para a “Proteção do Modo de Vida Europeu”. Para este cargo está indicado o nome de Margaritis Schinas, membro do partido da Nova Democracia da Grécia.
Neste domingo, num comício em Frejus na Riviera Francesa, Marine Le Pen considerou que essa proposta é uma “vitória ideológica” da extrema-direita.
Marine Le Pen é atualmente líder do partido da extrema-direita “Reunião Nacional”, antiga Frente Nacional, e prepara já a sua candidatura às eleições presidenciais francesas de 2022.
No seu discurso, Marine Le Pen afirmou que o título de “comissário para a proteção do modo de vida dos Europeus”, é resultado da pressão [da extrema-direita] e que “os europeístas” acabam por aceitar que a “imigração cria dúvidas sobre o futuro do modo de vida dos europeus”.
« Même les européistes doutent : on le voit avec le titre de "commissaire à la protection du mode de vie des Européens": sous la poussée des nationaux, ils se voient obligés de reconnaître que l’immigration pose la question du maintien de notre mode de vie ! » #Fréjus #RentréeMLP pic.twitter.com/SZOhEtdqtq
— Marine Le Pen (@MLP_officiel) 15 de setembro de 2019
“Uma ofensa e uma provocação”
Marisa Matias, no seu artigo “Palavras”, tinha chamado a atenção, em relação ao conteúdo político da Comissão Europeia, que não se pode “ignorar as palavras escolhidas, seja no discurso ou para as diferentes pastas”.
Referindo-se à pasta “Protecção do nosso modo de vida europeu”, a eurodeputada lembra que a expressão “foi o mote da campanha de Manfred Weber, a quem Ursula von der Leyen veio 'retirar' a presidência da Comissão”.
“Ao escolher as palavras do seu companheiro de partido, a nova presidente da Comissão parece querer agradar à sua família política, o problema é que com isso recupera a linguagem da extrema-direita que defende uma Europa com mais ou menos o mesmo grau de diversidade da actual Comissão e, de preferência, sem imigrantes”, aponta Marisa Matias.
E frisa: “colocar nas competências desta pasta as questões da imigração é mesmo um dos sinais políticos mais fortes e mais preocupantes. É uma ofensa e uma provocação. Seguramente que von der Leyen sabia disso”.
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