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Comissão de Trabalhadores da TAP quer companhia aérea 100% pública
A Comissão de Trabalhadores da TAP apelou esta quarta-feira para que a companhia aérea “se torne 100% pública” na sequência do anúncio da transportadora que irá recorrer ao lay-off da maioria dos trabalhadores.
De acordo com o comunicado enviado à Lusa, a CT afirma a sua discordância com tais medidas, cuja necessidade questiona, “uma vez que o caminho pode ser outro, assim haja vontade”.
A TAP anunciou que iria avançar com um processo de lay-off, a partir de 2 de Abril, que vai abranger 90% dos trabalhadores, ou seja, 9 mil pessoas. Estes trabalhadores irão auferir 2/3 da sua remuneração fixa mensal. Quanto aos outros 10%, terão uma redução dos seu tempo de trabalho em 20% e auferem 80% do salário. A transportadora aérea anunciou que estas medidas serão aplicadas durante 30 dias mas podem ser prolongadas.
A CT reconhece que a crise pandémica da Covid-19 tornou “praticamente impossível a atividade no sector da aviação”, e “veio obrigar a administração da TAP a tomar medidas para garantir a sua sustentabilidade e continuidade, medidas essas legalmente permitidas de acordo com legislação especialmente criada para o efeito, acordadas com o Governo e, já divulgadas aos trabalhadores”, mas exige “que o Governo assuma as suas responsabilidades para com a companhia de bandeira, garante da continuidade territorial e da soberania e economia nacionais, nacionalizando-a e garantindo todos os postos de trabalho assim como todas as remunerações”.
Esta é uma reivindicação antiga da CT que “vem pedindo há anos que a TAP se torne 100% pública” e considera que “agora é o momento para isso acontecer, é por isto que temos de continuar a lutar”.
Actualmente o Estado tem uma participação de 50% do capital da TAP, através da Parpública, o consórcio privado Atlantic Gateway 45% e os trabalhadores 5%.
O Ministro da Economia, Siza Vieira em entrevista à TSF garantiu que "O Estado não deixará de usar todos os poderes ao seu dispor para salvaguardar a posição estratégica da TAP", e acrescentou que "o Estado tem ferramentas para nacionalizar e usá-las-á se achar conveniente".
António Pires de Lima, ex Ministro da Economia do Governo de Passos Coelho, disse à SIC que considerava lógica a nacionalização caso houvesse uma injeção de capital pelo Estado. Recorde-se que foi o Governo de Passos Coelho o responsável pela venda de 61% do capital da companhia aérea ao consórcio privado “Atlantic Gateway”.
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