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Começaram as demolições em Calais
Em condições que envergonham as autoridades europeias, Calais transformou-se na casa de entre 6 mil a 8 mil refugiados. Neste espaço proliferaram inclusive espaços comerciais, como restaurantes, bares, cabeleireiros e barbeiros.
Refugiados trocam Calais por futuro incerto
Os refugiados chegaram a Calais após uma longa e tortuosa jornada com início em países como a Síria, Afeganistão, Somália ou o Sudão. Enfrentando todo o tipo de perigos, fugiram à guerra, à morte, à violência, à miséria, a todo o tipo de perseguições, com o objetivo de alcançar o território britânico. Nesse contexto, a evacuação de Calais significa, para muitos, um duro golpe e o abandonar de um sonho.
Acresce que, no campo, impera a incerteza e o medo sobre o que o futuro reserva, sendo que a única informação que os refugiados detêm é a região de França onde serão temporariamente acolhidos.
Assim sendo, muitos refugiados recusam-se a ser evacuados e a submeter-se a um processo de asilo incerto, acabando por escapar de Calais, na esperança de ainda conseguir entrar em território britânico.
ONG’s alertam para situação de menores
As organizações não-governamentais a trabalhar no terreno apelaram às autoridades francesas para que a demolição de Calais só tivesse lugar quando o futuro das cerca de 1200 crianças do campo estivesse definido e a sua segurança assegurada. Estas ONG’s alegam que muitas crianças podem desaparecer entretanto.
“Estamos profundamente preocupados com o futuro de centenas de crianças que permanecem no campo e que desconhecem onde vão dormir hoje à noite e não têm qualquer informação sobre o que lhes reserva o dia de amanhã”, sublinham.
Na semana passada, o ministro do Interior francês, Bernard Cazeneuve, exortou o Reino Unido a acolher menores. Londres dará prioridade às crianças com familiares no país, sendo que ainda não é certo quem acolherá os menores sem laços familiares.
Entretanto, os menores isolados de Calais ficarão instalados em contentores numa encosta da Selva.
Fracasso da Europa em gerir a crise dos refugiados
Várias organizações humanitárias têm ainda vindo a alertar as autoridades europeias para o facto de a existência destas verdadeiras favelas miseráveis de refugiados é exemplificativa do fracasso da Europa em gerir a crise dos refugiados e que, enquanto não se criarem corredores humanitários para os fluxos de refugiados os acampamentos não oficiais continuarão a surgir em todo o continente.
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