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Colômbia: depois de 4 anos de negociações, FARC e governo assinam acordo de paz

Juan Manuel Santos, presidente da Colômbia, e Timoleón Jimenez, líder das FARC, marcam mais um momento histórico num acordo que põe fim a mais de cinquenta anos de conflito.
Dois homens seguram pano com pintura a celebrar a assinatura do acordo de paz entre o governos e as FARC. Foto de Luis Eduardo Noriega/EPA/Lusa.

FARC (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia) e governo assinaram hoje o acordo de paz histórico, depois de quatro anos de negociações e mais de cinquenta de conflito. Os detalhes do acordo devem ser revelados ainda hoje em Havana, que está a ser o palco das negociações desde o seu início. Em junho passado, as duas partes já tinham assinado um acordo bilateral de cessar fogo, o que indicava que o acordo de paz estava para breve.

Os guerrilheiros começaram a lutar contra o governo colombiano em 1964, o que fazia deste o conflito mais antigo da América do Sul. Estima-se que nele tenham morrido 250 mil pessoas e que tenha provocado mais de 5 milhões de refugiados internos.

Nos termos do acordo, as FARC irão abandonar a luta armada e virar-se para a luta política legal. No início do dia de quarta feira, em Havana, o líder das FARC Timoleon Jimenez, conhecido por "Timochenko", escreveu no twitter que "desde Havana, quero partilhar com o povo Colombiano a minha satisfação por termos chegado a este ponto".

Ao longo destes quatro anos de negociações, governo e guerrilheiros chegaram a acordo em seis áreas: reforma agrária, envolvimento das FARC no narcotráfico, justiça para as vítimas, desarmamento, participação política futura e implementação do acordo.

O ponto mais difícil da negociação foi o da desmobilização de sete mil guerrilheiros presentes nas bases instaladas nas florestas e montanhas da Colômbia. O processo vai contar com financiamento internacional, tendo Barack Obama pedido ao Congresso autorização para 450 milhões de dólares para remover minas e apoiar os guerrilheiros desmobilizados após o desarmamento das FARC.

Juan Manuel Santos, presidente da Colômbia, precisa agora de aprovação do congresso para poder referendar o acordo. O voto deve acontecer no mês de outubro e o antigo presidente Álvaro Uribe, lidera a campanha contra o acordo.

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