O ex-presidente norte-americano foi o convidado principal da conferência “Climate Change Leadership Summit” e os ambientalistas da Climáximo não deixaram passar a ocasião sem lembrar que foi durante o mandato de Obama que foi lançada uma “revolução de gás de xisto”, com o uso de fraturação hidráulica para extrair gás fóssil.
Servidas em bandeja, estes “coktails de petróleo” e “água com gás de fracking” visaram preparar os espectadores na fila de entrada do Coliseu do Porto sobre o que iriam encontrar lá dentro: “palavras bonitas e ‘ambiciosas’ mas em essência cheias de combustíveis fósseis”.
“A nossa ação foi em forma de denúncia dos temas que estão a ser debatidos na cimeira do clima e para a qual Barack Obama foi convidado, não esquecendo que, durante a sua administração, os Estados Unidos tornaram-se o maior produtor de combustíveis fósseis”, afirmou João Costa à agência Lusa.
“O gás é uma boa ideia para a indústria petrolífera, mas uma ideia horrível para o clima”, alerta a Climáximo. “Há aqui uma maquilhagem dos números, porque, de facto, quanto à extração de gás fóssil, tanto durante o transporte, como durante a extração, as fugas podem chegar aos 7%. E, se as fugas chegarem apenas aos 3%, a extração de gás já é mais poluente que o carvão”, acrescentou o ativista.
A Climáximo tem participado na campanha contra a exploração de petróleo e pelo cancelamento de todos os contratos de prospeção de petróleo e gás em Portugal. Este sábado realiza-se um protesto em dezenas de praias de norte a sul do país, sob o lema “Petróleo é má onda”, contra o furo que o governo autorizou o consórcio Galp/Eni a poucas dezenas de quilómetros de Aljezur, na Costa Vicentina.