“Chove” em Madrid

21 de November 2016 - 14:04
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Análise da situação política espanhola desde as eleições de dezembro de 2015 à formação do novo governo de direita viabilizado pelo PSOE. Por Francisco Colaço.

Parlamento espanhol
Abertura da legislatira no parlamento espanhol. Foto La Moncloa/Flickr

Em Dezembro de 2015 a esperança invadiu as ruas do Estado Espanhol, na sequência de eleições gerais nacionais, havia a possibilidade de mudança, a direita havia ficado sem maioria para continuar a governar.

Havia uma maioria clara entre PSOE, Podemos, outras formações nacionalistas e confluências regionais. O Partido Popular ficava em minoria no Congresso dos Deputados, e nem com a ajuda dos “laranjinhas Ciudadanos” conseguia maioria, se bem que estes tampouco, nesse momento se mostravam dispostos a essa ajuda, na sua recente emergência federal.

Resultados eleitorais - 20 Dezembro 2015

Partido Popular 123 deputados 7 236 965 votos
PSOE 90 deputados 5 545 315 votos
PODEMOS 69 deputados 5 212 711 votos
CIUDADANOS 40 deputados 3 514 528 votos
UNIDADE POPULAR 2 deputados 926 783 votos
ESQ. REPUBLIC. CAT 9 deputados 601 782 votos
DEM. E LIBERDADE 8 deputados 567 253 votos
P. Nacionalista Vasco 6 deputados 302 316 votos
Euskal Herria Bildu 2 deputados 219 125 votos
Coligação Canária  1 deputado 81 917 votos


Num saldo geral a destacar o Partido Popular que embora seja ainda o partido mais votado perde a maioria absoluta e 63 deputados, o PSOE que mantendo a segunda posição perde 20 deputados, a Unidade Popular (Izquierda Unida) perde 9 deputados ficando reduzida a apenas 2 deputados e a emergência da novidade absoluta, saída do movimento assembleário “15M”, com 69 deputados, saltando para a terceira posição e a cerca de 300 mil votos do segundo, PSOE, o PODEMOS.

Perante este panorama era suficiente que à unidade para a mudança anti-Rajoy, e anti-austeridade, defendido nas eleições, PSOE, PODEMOS, Unidade Popular se somasse a Esquerda Republicana Catalã e/ou se negociasse com o Partido Nacionalista Basco a sua abstenção. Teríamos uma maioria para governar de 170 deputados, e possibilidade de negociação para a aumentar, sendo a maior maioria possível para governar... (bastam 167 deputados para a maioria absoluta).

A cedência de Pedro Sanchez à ala direita do PSOE

O PSOE sempre, nesse momento, colocou PODEMOS como o seu inimigo principal, e quando foi convidado pelo Rei para formar governo, escolheu os “populares/juvenis laranjas”, Ciudadanos, para o acordo de governo pedindo/exigindo a Podemos que apoiasse esse governo, sem nele participar, convite envenenado que ignorava o constante apelo de Pablo Iglésias para um governo conjunto….. afinal os separava só 300 mil votos.

Pedro Sanchez cedeu, no Conselho Federal do PSOE à exigência da sua ala mais direitista e enfeudada às “PORTAS GIRATÓRIAS”, Filipe Gonzalez, Alfonso Guerra, Alfredo Pérez Rubalcaba e a sua dirigente de Andaluzia Susana Dias e à pressão do IBEX35 e do jornalismo mais direitista a que recentemente se juntou o El Pais do Grupo Prisa de Juan Luis Cebrian.

Pedro Sanchez cede na marcação de linhas vermelhas dos barões das portas giratórias de que com Podemos e com os nacionalistas nunca haveria qualquer acordo para governar.

Titulava o El Mundo em 23/02 /2016: “Socialistas y Ciudadanos suman 130 diputados y necesitan, al menos, la abstención del PP o Podemos”.

A chantagem sobre o segundo maior partido à esquerda era evidente, comentava ainda El Mundo: “Fuentes de la dirección explican que el PSOE cuenta con el voto a favor de 131 escaños y en contra de los 142 del PP, Democràcia i Llibertat, ERC y Bildu. A partir de ahora, quieren poner a Podemos entre la espada y la pared para que elija entre «el bloque del cambio» que representan, según ellos, socialistas y C's, y el «bloque del inmovilismo» del PP y los independentistas.”

Estava lançada a estratégia para o insucesso da solução governativa, privilegiar os neo-liberais laranja de origem catalã, Ciudadanos, e ignorar PODEMOS.

Face ao chumbo desta solução governativa no Congresso, como se esperava, tenta-se culpar PODEMOS por se terem de realizar novas eleições. Pedro Sanchez não perde a oportunidade de atacar Podemos mais uma vez... no El Mundo: ”Pedro Sánchez a Pablo Iglesias: "Si quiere ir a elecciones, diga la verdad"; “Pedro Sánchez ha acusado a Iglesias de "gripar el motor" del cambio al "vetar y excluir" a Ciudadanos. Y le ha emplazado a votar a favor de su investidura: "No hace falta que vaya repartiendo carnés del PSOE, ni que sea tan duro con el PP, tan sólo hace falta que no vote con ellos" ; “Sánchez ha utilizado contra Pablo Iglesias un discurso mucho más duro que el displicente usado con Mariano Rajoy y ha soltado varias cargas de profundidad contra el secretario general de Podemos y desde el principio. Para culminar emplazando a Podemos a no votar con Rajoy y hacer posible "un Gobierno del cambio". "No es que no se pueda, es que usted no quiere", ha concluido.”; “El verdadero cara a cara de la mañana ha estado entre Pedro Sánchez y Pablo Iglesias. Los dos dirigentes se han echado en cara durísimos reproches y descalificaciones. Aunque, eso sí, Sánchez ha seguido tendiendo la mano hasta su última intervención a Iglesias para que "no vote con Rajoy" y haga posible "el Gobierno del cambio".

A PODEMOS estaria destinado o papel de “cabo de vassoura” ao enamoramento governamental, sem nenhuma participação no governo, entre os jovens neo-liberais laranja, Ciudadanos e um PSOE com vergonha de ir pela esquerda, com a espada dos seus barões sobre a cabeça do seu jovem dirigente Pedro Sanchez, que desempenhou na perfeição o “guião” que lhe haviam entregue e destinado.

O resultado é de adivinhar... no ABC: “El Congreso rechaza la investidura de Pedro Sánchez”

“PSOE y Ciudadanos solo han sumado un voto, el de Coalición Canaria, desde el miércoles: 131 diputados han votado a favor y 219 en contra”

“El Pleno del Congreso ha dicho «no» a la candidatura de Pedro Sánchez a la Presidencia del Gobierno, con un resultado rotundo: 131 síes frente a 219 noes. Se trata de la primera vez en la historia de la democracia que el candidato propuesto por el Rey no recibe la confianza del Parlamento, y también es la vez que menos votos ha obtenido un aspirante a La Moncloa.”

Posto este falhanço governativo são convocadas novas eleições para 26 de Junho...

As novas eleições e a aliança Podemos/IU

Preparam-se novas estratégias e afinam-se as máquinas partidárias… algumas manchetes são claras, no Jornal Digital Expansion : ”Unidos Podemos podría alzarse como segunda fuerza política el 26J”, perante esta previsão as coisas alteram-se, já que após negociações, o jovem dirigente da Izquierda Unida e os dirigentes de Podemos chegam a acordo numa confluência eleitoral e criam a coligação “Unidos Podemos”, juntando, teoricamente quase 1 milhão de votos mais, o que poderia dar mais 14 deputados, nestas circunstâncias... o PSOE corre todo o país com uma mensagem clara contra Rajoy… no “El Huffington Post o jornalista António Ruiz Valdivia, em 6 de Junho escrevia: “El mensaje principal que se va lanzar es que el PSOE es la “verdadera apuesta del cambio” frente al PP y que sus propuestas “interesan más a los ciudadanos” que las de la confluencia Unidos Podemos. Sánchez va a estar mucho en la calle, va a trasladar a la gente directamente sus medidas. Por ello, habrá formatos como un “puerta a puerta” en Madrid el viernes 10 -el secretario general pedirá el voto yendo a las casas de los ciudadanos”.

Todas as peças de “artilharia pesada” são utilizadas, segundo ainda o mesmo articulista: ” Los grandes popes del PSOE también se moverán para buscar el voto. Sánchez y el expresidente José Luis Rodríguez Zapatero coincidirán un día. Aunque no está cerrado todavía, probablemente será en Valladolid el viernes 17. También se está ultimando otro acto con el expresidente Felipe González, que será previsiblemente en Madrid y que está pendiente por la agenda internacional del exlíder socialista. En cambio, no estará con Alfredo Pérez Rubalcaba, que tiene su propia ruta, al igual que Alfonso Guerra.”

As estratégias globais dos principais partidos começam a delinear-se a jornalista Marisa Cruz escrevia a 7/6 no “El Mundo”: “En los cuarteles generales está todo dispuesto. Se acerca la hora de la verdad. Rajoy afronta la recta final convencido de un nuevo triunfo y más amplio que el 20-D; batalla por hacerse con ese millón de votos que cree cautivo de la abstención y de Ciudadanos. Sánchez libra un combate interior y exterior; su reto es evitar el sorpasso de Unidos Podemos y mantener la hegemonía en la izquierda. Iglesias sueña con la segunda posición moviendo el tablero para encabezar una alianza que forme gobierno. Y, finalmente, Rivera intenta consolidar y, si es posible ampliar, un suelo de votantes que le consagre como pieza necesaria en la maquinaria del poder.”

Todavia a realidade surpreendeu algumas esperanças “moradas”, mal se começam a conhecer os primeiros resultados apurados... não se confirmava o segundo lugar, com o PSOE em queda, todavia.

Resultados eleitorais - 26 Junho 2016

Partido Popular 137 deputados (mais 14) 7.906.185 votos 33,03%
PSOE 85 deputados (menos 5) 5.424.709 votos 22,66%
UNIDOS PODEMOS 71 deputados (igual c/IU) 5.049.734 votos 21,10%
Ciudadanos 32 deputados (menos 8) 3.123.769 votos 13,05%
ERC-CATSÍ(Catalunha) 9 deputados (igual) 629.294 votos 2,63%
CDC (Catalunha) 8 deputados (novo) 481.839 votos 2,01%
PNVasco 5 deputados (menos 1) 286.215 votos 1,20%
EH Bildu(vasco) 2 deputados (igual) 184.092 votos 0,77%
CCa-PNC(canario) 1 deputado (igual) 78.080 votos 0,33%


Dados estes resultados eleitorais, é ao Podemos que é numa primeira fase apresentado como o grande derrotado, mas na verdade é o PSOE e Ciudadanos que descem significativamente. sendo verdade que a coligação Unidos Podemos perde 150 mil votos, mas não deputados.

Alguns analistas referem que o apelo à abstenção de dois dirigentes comunistas, Cayo Lara, reconhecido dirigente sindical das Comissiones Obreras e Gaspar Llamazares, dirigente comunista das Astúrias, e ex-secretário geral da Izquierda Unida, que não eram apologistas da solução unitária, terão levado a que a grande massa de eleitores da Izquierda Unida não tenham ido votar.

A manchete de “El Pais” de 11 de Abril dava grande destaque à posição de Gaspar Llamazares, interessados que estavam e estão em atacar essa nova possibilidade de alternativa política: “Llamazares: “Si IU se alía con Podemos será la antesala del fin de la izquierda”; “Como decía un escritor, Podemos es la gran oportunidad para acabar con la izquierda del siglo XX”, sostiene Llamazares, que siempre ha sido crítico con Podemos , pero antes sí defendía una colaboración electoral entre ambas formaciones.” A Agência EFE, citada pelo “20 minutos”, jornal on-line, em 9 de Maio, referia:  “El excoordinador federal de IU y portavoz en Asturias, Gaspar Llamazares, ha asegurado que no está conforme "en lo fundamental" con el preacuerdo que esta tarde se ha cerrado con Podemos para ir juntos a las elecciones y quiere ver en los detalles "dónde se esconde el diablo". Llamazares, muy crítico con la coalición con Podemos desde que esta fórmula se planteó ya en las elecciones de diciembre, ve "mal" este principio de acuerdo al pronosticar que será perjudicial para la organización.”

Cayo Lara não tão frontal, até apela ao voto na coligação mas deixa no ar muitas reservas, como refere a Cadena Ser em 6 de Junho: Cayo Lara (…)”El líder de IU durante ocho años quita hierro a las voces críticas del partido y pide trabajar contra la abstención sin perder la esencia. Los principios de la izquierda no se pueden perder. Vamos a seguir defendiéndolos más allá de otras posiciones más transversales que se identifiquen con Podemos. La piña de este acuerdo se identifica con IU y una base importante de Podemos se identifica con planteamientos que no hemos puesto en el acuerdo”, subraya ante el debate de quién representa a la nueva socialdemocracia.” E ainda “Lara, que cree que la alianza es “un mestizaje claro de ambas formaciones”, reconoce que el pacto “salva la situación de Pablo Iglesias” tras el 20 de diciembre y los meses de negociaciones. “A mí no me gustó que saliera a reivindicar una vicepresidencia y unos ministerios. Primero tenemos que poner en la mesa las propuestas, y los hombres y mujeres que las ejecuten, tienen que ir después”, afirma antes de prometer que van a trabajar para “mover la resistencia al PSOE”. “La gente en este país tiene derecho a soñar”, sentencia.”

Em 9 de Janeiro o Jornal “Eldiario.es” fazia manchete da posição de Cayo Lara: ” Cayo Lara arremete contra Podemos: "No querían unidad popular, querían la absorción de IU" e ainda “Las duras críticas a Podemos han protagonizado las declaraciones de Cayo Lara previas a la celebración del Consejo Político Federal de IU. La formación se reúne hoy para analizar los resultados electorales y marcar la hoja de ruta de la coalición para los próximos meses, que incluye la celebración de una Asamblea Federal antes de abril o mayo para elegir a la nueva dirección.”

"No querían tomar el cielo por asalto, querían asaltar esta organización para que en su viaje al centro no quedara nada por la izquierda", ha dicho el aún coordinador federal de IU recordando unas palabras que ya dijo en la localidad madrileña de Rivas Vaciamadrid antes de las elecciones municipales de mayo.”

Outros que eleitores moderados vindos mais do lado direito do espectro político espanhol não viram com bons olhos a união com os comunistas espanhóis e não foram votar de novo na formação coligada.

Realmente podem ser estes dois os factores.

O embaraço de Alberto Garzon, jovem dirigente comunista era grande face ao relativo desaire, afinal a união não tinha resultado eleitoralmente, embora a Izquierda Unida passasse de dois representantes a 7, no Congresso dos Deputados, face ao acordo da coligação.

Os dados já estavam lançados, os resultados já eram oficiais, e a esquerda, no seu conjunto, estava mais debilitada... só o Partido Popular teria subido, parte à custa de recuperar votos perdidos para Ciudadanos em Dezembro e parte à abstenção conservadora, em Dezembro descontente com o rumo do governo, mas que perante a possibilidade de instabilidade e de um governo incluindo PODEMOS optaram por ir votar...

Era mais difícil um “Govierno del Cambio” mas era possível... afinal o Partido Popular continuava sem maioria absoluta, que tinha perdido em Dezembro...

Num twitter de  Ángela Bernardo,   de 27 de junho de 2016, podia ler-se: ”Tras la victoria del PP en las elecciones del 26-J, se plantean cinco posibles escenarios para investir presidente de Gobierno. Que empiecen las negociaciones.”e ainda “El Partido Popular ha ganado las elecciones del 26 de junio con mayoría simple (137 escaños). Los resultados del 26-J muestran que no ha habido sorpasso en el bloque de la izquierda, al mantener el PSOE la segunda posición en votos y escaños (85 diputados).

La "nueva política" ha frenado su ascenso, al mantener la coalición Unidos Podemos los resultados obtenidos el pasado 20 de diciembre con 71 diputados y retroceder Ciudadanos hasta alcanzar los 32 escaños. En número de votos, sin embargo, ambas formaciones se han desinflado: el partido de Pablo Iglesias ha obtenido un millón menos de apoyos, mientras que C's retrocede medio millón. ¿Qué puede pasar ahora?”

5 possibilidades para formar governo eram apresentadas, ainda por Ángela Bernardo (Ver anexo no fim do texto)

A formação do novo governo e a revolta dos barões do PSOE

Os dados estavam de novo lançados, no entanto os barões do PSOE investiam de novo o seu ódio à formação ”morada” (como é conhecido Podemos), juntando-se à “presidenta de Andaluzia, Suzana Diaz.

O jornal “El País” Fazia a campanha contra Podemos, e para que o PSOE viabilizasse o governo do PP e de Rajoy. Em 27 de Junho saía no Editorial:

”Formar Governo

Triste vitória do PP em um cenário desolador. Os eleitores colocam o PSOE na oposição, de onde deve permitir que os que tenham votos governem”

E desenvolvia no interior: ”As demais forças precisam interpretar com realismo o que aconteceu. No caso do PSOE, se trata de um partido tão combalido que até um péssimo resultado – como o que indubitavelmente obteve, que piora o desastre de dezembro – pode se transformar em uma boa notícia, visto que se manteve na segunda posição e evitou que fosse ultrapassado como tanto se comentou. Quando na sede do PSOE terminar o suspiro por se ter livrado do final por morte súbita, talvez compreendam que todos os problemas do partido continuam da mesma forma, piorados agora pelo fato de que tem cinco deputados a menos do que os existentes até hoje. Esperamos que nos próximos dias, com mais calma, o PSOE inicie um verdadeiro processo de reflexão e reestruturação para abordar as questões essenciais que continuam ameaçando sua sobrevivência. No momento, com a prioridade absoluta de facilitar a governabilidade, o PSOE deve escutar a vontade dos eleitores de que permaneça na oposição e permita com sua abstenção que governem os que têm os votos para fazê-lo.”

No mesmo dia das eleições, 26 de Junho, comentava “El Mundo”, através da sua jornalista Marisa Cruz:

“Mañana comenzará una nueva etapa de tiras y aflojas, reuniones, declaraciones y contactos cruzados entre Rajoy, Sánchez, Iglesias y Rivera. Se trata de tejer los hilos de un acuerdo base que permita que uno de los cuatro candidatos opte a la investidura una vez que se constituyan las nuevas Cámaras, algo que está previsto, de acuerdo con el decreto de convocatoria electoral, para el próximo 19 de julio.A continuación el Rey, sin demoras, abrirá una ronda de contactos con los representantes de las fuerzas parlamentarias, de menor a mayor, y designará un aspirante a recabar la confianza del Congreso.Lo lógico es que el señalado sea el líder del partido que ha conseguido más votos en las elecciones, pero no está escrito que tenga que ser así. Fruto de los acuerdos postelectorales, el mejor situado para conseguir la investidura, por contar con más apoyos parlamentarios, puede ser otro.”

Pedro Sanchez hesitava e colocava todos os cenários, menos viabilizar um governo da direita, tendo a ilusão num governo PSOE, PODEMOS, Ciudadanos…

Em 7 de Julho, Rafa de Miguel, do El País, escrevia:

”LAS NEGOCIACIONES PARA FORMAR GOBIERNO

Felipe González propone al PSOE que acepte negociar con Rajoy”

O próprio Filipe Gonzalez em artigo de opinião, escrevia a 7 de Julho no “El País”:

”¿Investidura cuanto antes?

El Partido Socialista debe aceptar el diálogo que le ofrece el candidato del PP, aun dejando claro que no tiene intención de integrarse en una coalición. Y las fuerzas políticas que no pueden formar Gobierno no deben obstaculizar su constitución”

E desenvolvia:

“Los ciudadanos podrán entender que, a estas alturas de mi vida, se haya reafirmado en mi pensamiento la prioridad de los intereses generales de España y sus ciudadanos sobre cualquier otra. Y es precisamente esto lo que me lleva a pensar que el Partido Socialista ni puede ni debe entrar en coalición con el PP. Debe ocupar su sitio en una oposición responsable. Lo cual significa al mismo tiempo exigente y dialogante. Siempre lo ha hecho en asuntos de Estado, incluso asumiendo el protagonismo de pactos concretos como la lucha contra el terrorismo. Pero también tiene que ocuparse de reconstruir su propio proyecto como alternativa al PP con vocación de mayoría.

En esta situación, la solución de que haya una investidura para España, teniendo en cuenta que no hay mayoría alternativa coherente para hacerlo, pasa por un Gobierno del PP o encabezado por el PP.”

Esta posição é apoiada publicamente por Susana Diaz, dirigente de Andaluzia e presidente da Junta da Andaluzia (PSOE).

Temos aqui uma contradição flagrante na direcção do PSOE, os líderes da velha guarda filipista com Susana Diaz na correnteza, querem viabilizar um governo de Mariano Rajoy, Pedro Sanchez está contra.

Estava marcada reunião magna federal do PSOE para esclarecer as coisas…a liderança de Sanchez, com pouco carisma e sempre controlado desde outras fontes, com linhas vermelhas impostas, estava, pois em causa.

A 23 de Outubro Anabel Diaz e Jose Marcos escreviam no El País, com o seguinte título:

“CRISE POLÍTICA NA ESPANHA

Partido socialista espanhol permitirá que conservadores governem para evitar terceira eleição

Direção aprova por 139 votos a favor e 96 contrários a proposta que viabiliza nova legislatura”

Desenvolve, ainda, o último citado artigo:

“Por 139 votos a favor e 96 contrários – dois delegados não votaram –, aprovou-se a resolução apresentada pela euro-deputada Elena Valenciano, que, como se esperava, contou com apoio maioritário. Não foi colocada em votação a outra proposta de resolução, defendida pelo socialista basco Txarli Prieto, que trazia argumentos em defesa da manutenção da posição contrária à viabilização de um Governo do PP e, assim, da permanência em vigor do texto de dezembro de 2015. Ao longo de toda a manhã (hora local) e em torno dessas duas resoluções, 54 intervenções foram feitas por participantes da reunião, em que foram mais presentes os defensores do não, embora estes tenham, ao final, perdido a votação.”

Já a 1 de Ouitubro o El País anunciava a derrota de Pedro Sanchez no Comité Federal, que recusava um Congresso Extraordinário:

“CRISE INTERNA DO PSOE

Crise política derruba o líder do partido socialista espanhol

Fracassa sua tentativa de convocar imediatamente primárias e um congresso”

E desenvolvia: “Pedro Sánchez renunciou como secretário-geral do PSOE após mais de onze horas de reunião do comitê federal do partido na sede de Ferraz em Madri. A renúncia chegou após ele tentar se manter no cargo com diversas propostas e tentativas de votação e o fracasso de sua proposta de se realizar um congresso extraordinário e primárias. 133 membros do comitê votaram contra ele e 107, a seu favor.

O agora ex-líder socialista, antes de anunciar sua renúncia, declarou ao comitê federal que para ele “foi um orgulho e uma honra” e agradeceu o trabalho de sua executiva pelo trabalho realizado. Uma gestão provisória ficará à frente do partido até sábado, quando outra definitiva será escolhida.”

Pedro Sanchez demite-se e o PSOE passa a ser dirigido por uma Junta Gestora até ao próximo Congresso, que os sectores filipistas tentam retardar...

É um líder derrotado...” A votação, feita pela contagem do levantamento das mãos entre os 253 membros que constituíam a assembleia, durou apenas 20 minutos. Sánchez acumulou em dois anos o maior número de derrotas históricas do PSOE e deixa em uma situação difícil o principal partido da oposição diante de hipotéticas terceiras eleições.”

Estavam lançados, pois, os dados para a investidura de Rajoy... no Congresso numa primeira votação, tudo ritualizado, o PSOE vota contra, dois dias depois numa segunda votação, o PSOE abstém-se e viabiliza a investidura de Rajoy….não obedecem à disciplina do voto só 15 deputados, incluindo os do PS da Catalunha, PSC , sendo que Pedro Sanchez demite-se de deputado antes, para não desobedecer à disciplina de voto.

O “harakiri” da social-democracia espanhola

Posto isto resta como oposição de peso, Unido Podemos, que sai reforçado desta morte lenta, vulgo “harakiri”, da social-democracia espanhola... sectores internos tentam recolher assinaturas e/ou romper esta situação convocando um Congresso Extraordinário, mas o aparelho “chuta para canto” estas iniciativas, sem grande dinâmica, sem nenhum rosto de peso, e muito descoordenadas a nível federal.

Os holofotes e os ataques voltam-se de novo para quem ameaça o “establishment” iniciado na “transição de 1978”... o bipartidismo à inglesa, entre um sim, e um talvez a mais do mesmo.

Quem rompe ó o projecto Unido Podemos, neste momento com eleições internas para a região de Madrid, entre sectores próximos de Iñigo Erejon e outro de Pablo Iglésias, onde se incluem os “anti-capitalistas”...

A imprensa, totalmente dominada, tal como em Portugal pela narrativa delinquente neo-liberal, salvo uma ou duas excepções, já vai lançando avisos aos líderes desta organização, em jeito de séria chantagem pessoal aos seus líderes...

“eldiário.es”,  uma excepção, refere mais um ataque, em 1/11:

“Luis María Anson insinúa que el CNI tiene informes sobre Pablo Iglesias

(CNI-Centro Nacional de Informações)

El exdirector de ABC y La Razón ha publicado una columna en El Mundo en la que asegura que el CNI "dispone de un arsenal de irregularidades y vergüenzas del líder Podemita"

El líder de Podemos ha anunciado que preguntará al Gobierno sobre la autenticidad del informe citado por el académico

No es la primera vez que el nombre de Pablo Iglesias aparece vinculado a supuestos informes para comprometerlo. El más conocido, el de la presunta financiación irregular de Podemos: PISA Pablo Iglesias Sociedad Anónima”

A ameaça é clara: “La columna en El Mundo del académico de la Lengua Luis María Anson no ha pasado desapercibida a pesar de ser día festivo. El exdirector de ABC y La Razón ha dejado para el último párrafo de su artículo una supuesta revelación que afecta a Pablo Iglesias: el CNI tiene informes sobre él y está listo para revelarlos si el líder de Podemos no se "integra en el sistema".

"Me aseguran que el CNI dispone de un arsenal de irregularidades y vergüenzas del líder podemita", revela Anson. "Sería mejor no tener que exhibirlas y que Pablo Iglesias, con la Cruz de Borgoña a cuestas, se mese la coleta, embride su ego desbocado y se integre en el sistema que gobierna a los países todos de la Europa Unida", concluye.”
A resposta vem a seguir: “La respuesta del líder de Podemos no se ha hecho esperar y, destacando en una captura de la columna el último párrafo de la misma, ha respondido a Anson través de su cuenta oficial de Twitter. En su respuesta, Iglesias también ha anunciado que preguntará a las autoridades acerca de la autenticidad del informe citado por el académico.

"Si como dice aquí Anson, el CNI tiene un dossier sobre mí, por si me porto mal, tendremos que preguntar al Gobierno si confirma o desmiente", ha publicado Iglesias.”

Para quem quiser consultar, a questão aí vai….. http://www.eldiario.es/rastreador/Maria-Anson-CNI-Pablo-Iglesias_6_5757…

O “elplural.com” periódico digital progressita comenta esta questão terminando: “Que esta legislatura, dure lo que dure, va a ser especial, casi nadie lo pone en entredicho. Es más, da la impresión de que tal circunstancia es irrenunciable. Sin duda, el papel del PSOE y lo que pueda surgir de todo el conflicto interno en el que está inmerso, es y será el que marque el futuro a corto, medio y largo plazo y no únicamente desde un perspectiva interna del propio partido. Al margen de su recuperación, todas las miradas en el entorno político se centran en otro partido, el de Pablo Iglesias. Precisamente, a Podemos y a su líder se refiere hoy con mucha dureza Luis María Anson en un artículo titulado 'El caudillaje de Iglesias'.

El inicio ya es contundente, con una especie -o sin el especie- de comparación del secretario general de la formación morada con Hitler, Mussolini, Franco, Fidel Castro, Hugo Chávez... a propósito de una frase que, según Anson "Lenin acuñó la idea y Stalin la exacerbó", y que en relación con Pablo Iglesias significa que "no cree en la democracia pluralista de las naciones europeas ni en la soberanía nacional tal y como ellas la entienden. Está contra el sistema y se mofa de la Constitución española".(…)

(…)“Como si de una amenaza se tratase, añade que "sería mejor no tener que exhibirlas", para lo cual es preciso que Iglesias y su "ego desbocado" se "integre en el sistema" propio del viejo continente. Ante tal aseveración cabe preguntarse por el papel que desempeña la institución de los espías españoles y su control político, de ser verdad la existencia de dicho "arsenal".”

O Governo de Rajoy tomou posse, o mais “marianista” de sempre, com algumas alterações, seguindo como director geral da Guardia Civil, um ex-“Guerillero de Cristo Rey”, dos anos 70, organização para-militar franquista,  Arsénico Fernandez Mesa, de Ferrol, da Galiza..

Como cantava um grupo de rock galego,  nos anos 80, “menos mal que nos queda Portugal”…

...a ver vamos, que tod@s necessitamos de tod@s nesta luta feroz e extensa dos directórios do capitalismo neo-liberal, e da sua narrativa, contra os povos do mundo, não descartando a criação de guerras de expectro mais alargado e extenso, que tantas vezes o capitalismo usou e tem usado, como saída para as suas próprias crises periódicas.

Creio que há esperança numa Espanha operária, combativa, sonhadora e republicana, respeitando as diversas nacionalidades. Passada esta fase de resistência à feroz ofensiva neo-liberal as coisas irão mudar certamente, porque a degradação e decomposição do poder da direita, do Partido Popular, com corrupção generalizada, e a crise da social-democracia espanhola só poderão ter como saída uma nova e grande recomposição política e social.

Difícil, será no entanto esta travessia, ainda que momentânea.

Só posso deixar uma garantia, pela vida, pela paz, pela justiça, a luta continua em todas as frentes, e essa deve ser, sempre, a nossa certeza e determinação. Comemorámos, recentemente, os 99 anos da Revolução de Outubro, voltemos, pois, aos clássicos, que têm muito para nos ensinar, muito para podermos entender os tempos que vivemos, e muito para relembrar.

Novembro de 2016

Artigo de Francisco Colaço. Dirigente do Bloco de Esquerda, Membro do D.I. do Bloco de Esquerda


ANEXO

5 possibilidades para formar governo eram apresentadas, ainda por Ángela Bernardo :

1.  Gobierno de Rajoy en minoría

“El PP obtiene catorce escaños más que en los comicios del 20 de diciembre. Durante su comparecencia, Mariano Rajoy reclamó su "derecho a gobernar porque han ganado las elecciones". A pesar de ello, la opción de que el político gallego sea investido presidente de Gobierno sigue siendo difícil. Podría conseguirlo de lograr la abstención del PSOE y Ciudadanos, aunque el resto de formaciones votasen en contra.

Sin embargo, los socialistas señalaron durante la campaña que no facilitarían un gobierno "por activa o por pasiva" del PP. El partido de Albert Rivera también pretendía que los populares renunciaran a su líder, pero su debilitada posición tras las elecciones del 26-J dificulta esta posibilidad. El escenario actual más viable para conformar Gobierno es que el PSOE decida finalmente abstenerse. En ese caso, Rajoy contaría con 137 votos a favor, 128 en contra y 85 abstenciones, por lo que podría ser investido presidente en el segundo debate -donde se requiere mayoría simples.”

2. La "Gran Coalición"

“Ésta es la opción preferida por Mariano Rajoy: la suma del PP, Ciudadanos y PSOE conseguiría 254 votos a favor. Los socialistas, a pesar del deseo de los populares, no se plantearon esta opción tras los comicios del 20 de diciembre. De momento parece poco probable que la formación de Pedro Sánchez apoye esta vía, aunque el temor y la presión por la convocatoria de terceras elecciones podría dar un giro de guión.”

3. Pacto "a la valenciana"

”La posibilidad de que PSOE y Unidos Podemos alcanzaran un acuerdo "a la valencia" parece hoy más difícil que en el 20-D. Tras las elecciones del 26 de junio, este pacto obtendría a priori 156 escaños, cuando en diciembre hubiera conseguido 161, dos menos que la suma del PP y Ciudadanos. En esta ocasión, los votos en contra de populares y C's ascienden a 169. Para superar esta cifra, dicho acuerdo debería apoyarse en CDC, PNV y Coalición Canaria, algo que se antoja casi imposible por la situación en Cataluña.”

4. El "acuerdo del abrazo"

“En este caso, la posibilidad de que se repita el pacto entre PSOE y C's resulta igual de remota. La suma de sus diputados alcanza los 117 escaños, veinte menos que los conseguidos por el Partido Popular. Los resultados de estas elecciones nos alejan de la situación del 20-D, cuando el "acuerdo del abrazo" sumó 131 escaños al reunir a PSOE, C's y Coalición Canaria, ocho diputados más de los que tenía el PP por aquel entonces.”

5. Pacto Transversal

“El objetivo de Sánchez, después de postularse como candidato a la investidura, fue recabar el apoyo de las formaciones de izquierda y de Ciudadanos. El partido de Rivera, sin embargo, rechazó la posibilidad de que Podemos estuviera en el Gobierno, mientras que el resto de formaciones descartaron apoyar el pacto suscrito por socialistas y C's. Parece complicado que este escenario cambie ahora, aunque la suma sería de 188 diputados, superando el umbral de la mayoría absoluta (176).

Los resultados de las elecciones del 26-J, en los que el PP ha revalidado la victoria del 20-D, dejan de nuevo un escenario muy abierto. La fragmentación del Congreso de los Diputados plantea numerosas incógnitas acerca de la investidura del próximo presidente de Gobierno.

¿Descartará Rajoy postularse si no cuenta con los suficientes apoyos? ¿Conseguirá el PP la ansiada abstención de los socialistas para gobernar? ¿Habrá alguna otra formación que se plantee abstenerse o apoyar un hipotético ejecutivo popular? ¿Tratarán los partidos de izquierda de conformar gobierno con el apoyo explícito de los nacionalistas? ¿Se convocarán terceras elecciones? La incertidumbre planea de nuevo sobre nuestras instituciones.”