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Chomsky: Trump despreza direitos humanos ao reconhecer ocupação do Sahara Ocidental

Noam Chomsky afirma que o reconhecimento da ocupação marroquina do Sahara Ocidental pelo governo dos EUA foi “um presente para Marrocos”, em troca do reconhecimento da “ocupação criminosa e brutal de Israel da Cisjordânia palestina”.
Imagem de ARTifariti 2020 (Encontros de Arte e Direitos Humanos do Sahara Ocidental) – publicada em www.pressenza.com
Imagem de ARTifariti 2020 (Encontros de Arte e Direitos Humanos do Sahara Ocidental) – publicada em www.pressenza.com

Segundo a Associação de Amizade Portugal-Sahara Ocidental (AAPSO), o filósofo e linguísta norte-americano afirma que Donald Trump despreza o direito internacional e os direitos humanos com a sua decisão de reconhecer a soberania do Marrocos sobre o Sahara Ocidental, território ocupado militarmente há 45 anos.

Noam Chomsky conversou telefonicamente sobre o Sahara Ocidental com o artista e professor universitário Isidro López-Aparicio, membro do Instituto de Pesquisa de La Paz e Conflitos da Universidade de Granada. A conversa decorreu por ocasião dos ARTifariti 2020, os XIV Encontros de Arte e Direitos Humanos do Sahara Ocidental, realizados online a partir de Sevilha, Argel, Cidade do México, Maputo (Moçambique) e dos campos de refugiados saharauis em Tindouf (Argélia).

“O presidente Trump, uma vez mais, revelou o seu desprezo pelo direito internacional e pelos direitos humanos básicos ao reconhecer oficialmente a ocupação criminosa e brutal do Sahara Ocidental por Marrocos ”, afirmou Noam Chomsky, acrescentando que os EUA se tornaram a primeira nação a fazê-lo.

O filósofo salienta que o que aconteceu “foi claramente um presente para o Marrocos em troca da aceitação do pedido de Trump de reconhecer a ocupação criminosa e brutal de Israel da Cisjordânia palestina. A simetria medonha revela com grande clareza a malvadeza da sua administração”.

Chomsky apela à comunidade internacional que se una "para dar um apoio vigoroso às vítimas dessas políticas cruéis, que revivem práticas vergonhosas que desonraram a história ocidental".

Esta não é a primeira vez que Noam Chomsky se pronuncia com a luta do povo do Sahara Ocidental. Em 2010, solidarizou-se com o campo de protesto de Gdeim Izik. Em novembro de 2014, Chomsky interveio na 39ª Conferência Internacional de Apoio ao Povo Saharaui, realizada em Madrid, tendo expressado num vídeo o seu compromisso para com o povo saharaui "que lutou bravamente pela sua libertação durante quarenta anos". E denunciou Marrocos por continuar a não “responder pelos seus crimes."

Nessa conferência, o filósofo e linguísta denunciou também o apoio das potências ocidentais a Marrocos, principalmente a França, e afirmou a concluir:

“A última colónia da África ainda aguarda a sua liberdade e a realização de um direito de referendo sob os auspícios das Nações Unidas, que tem a responsabilidade de acabar com esta horrível era colonial. Espero e confio que esta conferência seja mais um passo em frente na luta dos saharauís e que em breve eles gozem dos direitos básicos e da liberdade que tanto merecem”.

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