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Chico Buarque homenageado em comício do Bloco

Um dia depois de sabermos que Chico Buarque é o vencedor do Prémio Camões 2019 - importante galardão que celebra a cultura e literatura em português - candidatos bloquistas e oradores convidados homenagearam “Chico” e a força das suas palavras no comício desta quarta-feira na Incrível Almadense.
“Ontem foi atribuído o prémio Camões a Chico Buarque, cujas canções de amor e liberdade desafiaram duas ditaduras dos dois lados do Atlântico, dos dois lados da mesma língua. Canções que enfrentaram a censura e a repressão. Canções que celebraram a esperança e a solidariedade. Do homem que cantou como mulher. Do brasileiro que cantou em muitas línguas”, recordou Zélia Afonso.
Marisa Matias homenageou Chico Buarque numa referência ao seu “compromisso de luta pelo que é de todos e de todas”: “O que não tem descanso, nem nunca terá / O que não tem cansaço, nem nunca terá / O que não tem limite”.
José Gusmão lembrou Chico Buarque num elogio à primeira candidata do Bloco nestas europeias, ao revelar que “as pessoas querem falar com a Marisa das suas vidas, dos seus problemas, das suas dificuldades porque sabem que a Marisa é capaz de dar voz, força e espaço a esse sofrimento, transformá-lo em ação política”. Em ‘Apesar de Você’, Chico falava de cobrar juros pelo sofrimento. “Todo esse sofrimento vamos cobrar com juros”, disse Gusmão, “juros de dignidade, juros de luta, juros de força”.
Foi com um verso da mesma canção que Catarina Martins referenciou Chico Buarque, ao salientar que “apesar das pressões e dos patrões, apesar do que queira a Comissão Europeia ou o Eurogrupo, amanhã vai ser outro dia, o dia em que trocamos a precariedade pela dignidade”.
Joana Mortágua, lembrou Chico Buarque pelo simbolismo da espera do Pedro Pedreiro, que vive Esperando, esperando, esperando / Esperando o sol / Esperando o trem / Esperando o aumento / Desde o ano passado / Para o mês que vem, e que representa, em parte, a espera de quem vive na margem sul e se confronta diariamente com a limitação e supressão de transportes coletivos, seja o barco ou o comboio.
Anabela Rodrigues fez da canção “Alô, Liberdade” o mote da sua intervenção em Almada, frisando que “nós continuaremos a vir sem avisar” para ajudar a Europa a caminhar para o rumo certo. Já João Lavinha, citou Chico em “Construção”: Sentou pra descansar como se fosse um pássaro / E flutuou no ar como se fosse um príncipe / E se acabou no chão feito um pacote bêbado / Morreu na contramão atrapalhando o sábado. "Obrigado Chico pela Construção, pelo clima, pelos serviços públicos, pelo emprego. Lado a lado", concretizou.
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