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"Chernobyl, Almaraz, Fukushima nunca mais!"
Antes da manifestação, teve lugar uma concentração no Paseo de Cánovas. No local, onde se encontrava uma exposição antinuclear e bancas de informação, artesanato, pintura para crianças, e ateliers de contos e teatro, ouviram-se intervenções de organizações do Estado Espanhol e de Portugal e vários concertos.
Em representação do Bloco de Esquerda, o deputado Jorge Costa saudou a presença dos mineiros das explorações de urânio de Nisa e Nelas, que lutaram vários anos pela efetivação do direito às indemnizações por morte ou doença profissional.
Segundo relata a agência Efe, os manifestantes entoaram palavras de ordem como: "Chernobyl, Almaraz, Fukushima nunca mais" e "Fechar Almaraz por um Tejo vivo" enquanto percorreram as ruas de Cáceres até chegarem à Praça Mayor, onde foi lido um manifesto pelo encerramento da central nuclear.
A manifestação, na qual participaram cerca de 2000 pessoas, contou com uma comitiva portuguesa de perto de 600 pessoas. A par de Jorge Costa, também marcaram presença na iniciativa os deputados bloquistas Pedro Soares, Isabel Pires, João Vasconcelos, Joana Mortágua, Carlos Matias, José Manuel Pureza, Heitor de Sousa, Sandra Cunha e Catarina Martins, bem como Heloísa Apolónia, dos Verdes, e André Silva, do PAN.
Catarina Martins lembrou que “a central nuclear de Almaraz devia ter fechado em 2010, está obsoleta”. “É uma central perigosa e o Estado Espanhol está a empurrar o problema com a barriga", sublinhou a porta voz bloquista.
Em declarações à Efe, Pedro Soares, que preside à Comissão de Meio Ambiente, Ordenação do Território, Descentralização e Desenvolvimento Local da Assembleia da República, lembrou que "o Governo de Portugal aprovou por unanimidade uma moção para pedir ao Governo Espanhol que feche Almaraz o quanto antes”.
Segundo o deputado do Bloco, "caso ocorra um acidente, afetará também Portugal, e o Tejo será o seu veículo, pelo que é um problema dos dois países”.
Já eurodeputado do Podemos Xabier Benito sublinhou, inclusive, que este é um “problema europeu" e assinalou que "na Europa está-se a avançar no sentido de uma política antinuclear e Espanha não pode ficar para trás".
O eurodeputado da Izquierda Unida Javier Couso destacou a importância de "dois países que muitas vezes estiveram de costas viradas se unirem para defender o rio e as energias limpas".
“O futuro dos territórios vinculados às nucleares passa por mudar o modelo de produção e apostar nas energias renováveis”, vincou.
Uma das coordenadoras do Movimento Ibérico Antinuclear (MIA), Paca Blanco, assinalou que a central "já superou a sua vida útil com mais de 30 anos e após uma primeira ampliação, há-que impedir uma segunda".
Segundo o MIA, “as energias renováveis são suficientes para manter o fornecimento e só se está a favorecer as companhias elétricas com a manutenção de Almaraz".
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