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Cheias: Bloco defende maior investimento na proteção das populações

Este sábado, na sequência de tempestades que provocarem cheias pelo país, o Bloco defendeu o reforço dos meios técnicos e humanos da proteção civil e dos instrumentos de resposta, tanto a nível nacional como municipal, valorizando o serviço coletivo prestado por estes profissionais.
Fotografia: VOST/Twitter. Mondego
Fotografia: VOST/Twitter. Mondego

Os eleitos locais e dirigentes do Bloco estiveram presentes em Miragaia, manifestando a sua solidariedade para com as populações afetadas pelas cheias do rio Douro registadas nos últimos dias. A Comissão Coordenadora Concelhia do Bloco de Esquerda do Porto defendeu a manutenção de uma política de reforço dos meios técnicos e humanos da proteção civil e dos instrumentos de resposta, tanto ao nível nacional como municipal, valorizando o serviço coletivo prestado por estes profissionais.

Além disso, sublinhou a necessidade de se constituir uma entidade supra municipal com legitimidade democrática para monitorizar a situação e coordenar de forma eficaz a gestão dos caudais da bacia hidrográfica do Douro e a intervenção dos serviços de proteção civil dos diversos municípios atravessados pelo rio Douro. A criação destes instrumentos torna-se, de acordo com o partido, ainda mais urgente face à situação de emergência climática atual, que já se traduz em eventos climáticos extremos, chuvas intensas e subidas rápidas dos leitos dos rios.

As tempestades Elsa e Fabien trouxeram o caos a vários pontos do país. As cheias ou o risco das cheias obrigaram à retirada de mais de 300 pessoas das suas casas este sábado, especialmente na região de Coimbra. As águas do Mondego e dos seus afluentes transbordaram dos leitos, invadindo campos, casas e aldeias.

Na manhã de sábado, o caudal do Mondego já ultrapassara o limite de segurança (2000 metros cúbicos por segundo), ultrapassando até o valor registado em janeiro de 2001 (1900 metros cúbicos por segundo), data em que se registou uma das maiores cheias de que há memória no Baixo Mondego.

Este domingo à tarde, as cheias nesta zona ainda preocupavam as autoridades, apesar de o caudal do rio já ter descido desde sábado. Ainda que não se preveja a existência de chuva para os próximos dias, a pressão ocorrida no sábado pode ter criado fragilidades nos diques.

Este domingo, o presidente da Câmara de Montemor-o-Velho, uma das zonas mais afetadas, fez uma conferência de imprensa em que afirmou que, com a diminuição do caudal do Mondego, a pressão diminuiu sobre as populações da margem esquerda. Contudo, as da direita, as populações de Montemor-o-Velho e Ereira, tinham “de estar preparadas para uma cheia”. Por precaução, cerca de 200 pessoas do concelho de Montemor-o-Velho foram retiradas de casa, estando acolhidas em instituições de Pereira, Formoselha e Santo Varão.

Momentos depois, a rutura iminente de um dique no Mondego, junto a Montemor-o-Velho, obrigou à evacuação de Casal Novo do Rio. “Alertamos a população da zona suscetível a cheias da vila de Montemor-o-Velho para o risco muito elevado de cheia. Aconselhamos que acautele os seus bens e os seus animais, se proteja e recolha uma muda de roupa, medicação e documentos de identificação para a eventual necessidade de, em caso de emergência, evacuação das zonas sensíveis”, avisou a Câmara Municipal.

Já na sexta-feira, o nível de alerta de cheias no rio Douro subiu de laranja para vermelho, devido à necessidade de serem realizadas descargas de rios afluentes nas barragens, por estarem a atingir a sua capacidade máxima. As zonas mais sensíveis eram Miragaia, Foz, Afurada e ribeiras de Vila Nova de Gaia e do Porto, assim como a Régua, tendo ali o rio subido de forma “significativa”. O Douro galgou as margens e inundou as zonas ribeirinhas do Porto e de Vila Nova de Gaia.

A passagem da depressão Elsa, de norte para sul, provocou duas mortes, um desaparecido e 80 desalojados em Portugal. A depressão Fabien, de acordo com os dados já divulgados, não teve a mesma intensidade que os da tempestade Elsa.

A partir deste domingo, o IPMA prevê que as condições metereológicas melhorem. Só a agitação marítima no norte e no centro do país continuará elevada até ao meio da manhã de segunda-feira.

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