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CGTP: "É preciso cortar com as políticas do anterior governo"

O secretário-geral da CGTP, Arménio Carlos, criticou as declarações do ministro das Finanças, Mário Centeno que num encontro com investidores em Nova Iorque elogiou “a maior mobilidade do mercado de trabalho na Europa face aos Estados Unidos”.

"A CGTP considera inaceitável que haja declarações de membros do governo que objetivamente incentivam o modelo de baixos salários e de longos horários de trabalho", afirmou Arménio Carlos numa conferência de imprensa  na sede da central sindical, em Lisboa.

Arménio Carlos considerou como "preocupantes as indicações, vindas do Ministério das Finanças, no sentido de valorizar os baixos salários e os longos horários junto de associações patronais e empresas estrangeiras e de continuar com uma política de cortes salariais dos trabalhadores da Administração Pública em regime de requalificação, agora denominado de revalorização".

Na ocasião, o dirigente daquela estrutura sindical criticou ainda a Comissão Europeia para quem "o direito de contratação coletiva constitui um obstáculo ao investimento", e a Agência de Gestão de Tesouraria da Dívida Pública.

Cumprir as promessas eleitorais

Arménio Carlos considerou inaceitável que uma instituição com a responsabilidade da Agência de Gestão de Tesouraria da Dívida Pública "promova a venda de dívida pública junto dos investidores, particularmente dos investidores externos, referindo como positiva a alta flexibilidade salarial, a fraca legislação de proteção de emprego, a reduzida cobertura das prestações de desemprego e o programa de privatizações".

"Estas mensagens e ações são contraditórias com as promessas de um novo modelo de crescimento e de desenvolvimento do país, em que são peças essenciais a rutura com as políticas de exploração e empobrecimento, desenvolvidas pelo anterior governo do PSD-CDS”, disse o secretário-geral da CGTP tendo acrescentado que o mais importante é “a valorização do trabalho e a dignificação dos trabalhadores, uma mais justa distribuição da riqueza e uma sociedade mais coesa e com menos desigualdades".

Segundo Arménio Carlos "esta denúncia está associada à exigência de que o governo cumpra as promessas eleitorais, de cortar com a política do anterior executivo PSD-CDS" e é feita em "tempo útil", uma vez que as questões ligadas ao tema da contratação coletiva podem ser brevemente discutidas em sede de concertação social.

O sindicalista sublinhou ainda que "neste momento existem todas as condições no parlamento para que os partidos [de esquerda] concretizem em lei estas reivindicações".

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