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Cessar fogo na Síria termina ao fim de sete dias
Os camiões de ajuda humanitária levavam alimentos fornecidos dados pelas Nações Unidas para 78 mil pessoas isoladas numa zona rural a oeste de Alepo. O ataque fez, segundo o diário britânico The Guardian, pelo menos 12 mortos e destruiu 18 dos 31 camiões. Um porta-voz da ONU, citado pelo mesmo jornal, diz que o ataque pode vir a ser considerado um crime de guerra se se provar que foi intencional. Entretanto, Jens Laerkee, porta-voz da ONU, afirmou, citado pelo Público, que as Nações Unidas decidiram “suspender todas as movimentações de camiões com ajuda humanitária até ser reavaliada a situação de segurança”.
Durante o fim de semana, a coligação internacional liderada pelos Estados Unidos bombardeou uma base do exército sírio, matando mais de 60 soldados que a coligação afirma que foram confundidos com combatentes do Daesh (autoproclamado Estado Islâmico), o que acabou por por fim ao frágil acordo de cessar fogo. Poucas horas depois do anúncio do fim do acordo, segundo o Observatório Sírio dos Direitos Humanos citado pelo jornal Público, o raide que destruiu os camiões foi lançado por aviões russos ou sírios.
Um alto responsável norte-americano declarou ao Guardian que “a esta altura ainda não sabemos se foram os russos ou o regime. Em qualquer dos casos, os russos têm certamente a responsabilidade de contenção – a contenção de fazerem eles próprios atos destes, mas também a responsabilidade de impedir o regime de os fazer”.
Stephen O’Brien, o responsável da ONU pelo auxílio humanitário explicou que a coluna humanitária estava devidamente assinalada e o seu trajeto era conhecido de todas as partes envolvidas no conflito. Afirmou ao The Guardian “deixem-me ser claro: se se descobrir que este ataque insensível teve como alvo deliberado a ajuda humanitária, será considerado um crime de guerra”. “Exijo uma investigação imediata, imparcial e independente deste acidente mortífero” acrescentou.
John Kirby, porta-voz do Departamento de Estado dos Estados Unidos, afirmou por sua vez em comunicado também citado pelo diário britânico que “o regime sírio e a Federação Russa sabiam qual era o destino da coluna e mesmo assim estes trabalhadores humanitários foram mortos enquanto tentavam ajudar o povo sírio”. “Os Estados Unidos vão reavaliar as perspetivas futuras de cooperação com a Rússia”, conclui.
Poucas horas depois do cessar fogo, segunda a AFP citada pelo Público, recomeçaram os bombardeamentos em Alepo, Talbisseh (perto de Homs) e na província de Idleb. O acordo previa que durante a primeira semana apenas fossem permitidos ataques contra os alvos partilhados pelos Estados Unidos e Rússia (como o Daesh e outros grupos considerados terroristas), finda a qual as duas potências deveriam começar a coordenar ataques conjuntos.
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Parece-me Bem
A propósito deste incidente, um anarquista árabe muçulmano escreveu no Twitter:
"Se um comboio humanitário foi destruido por um ataque aéreo, o que devemos fazer? Suspender os ataques aéreos? Não, diz a ONU: suspendemos os comboios humanitários..."
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