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“CDS defende a ideia de um Portugal offshore"

Durante o debate com Assunção Cristas, Catarina Martins deixou bem claro que, entre descidas do IRC e benefícios fiscais para o capital que o CDS propõe e o fortalecimento dos serviços públicos, o Bloco escolhe a defesa e o investimento nos serviços públicos.
Foto de Paula Nunes.

A coordenadora nacional bloquista enfatizou a prioridade do aumento dos salários e pensões e da garantia da justiça fiscal, afirmando que, ao contrário do que acontece com os milionários que o CDS defende, quando devolvemos salário aos trabalhadores eles colocam o dinheiro na economia, não vão colocar o dinheiro em offshores.

Catarina Martins destacou ainda que “ou o país investe ou não conseguimos resolver os problemas que temos”, defendendo a urgência do investimento público em setores como a Saúde e a Educação.

Questionada sobre os valores associados a esse investimento, a dirigente do Bloco lembrou que o CDS, que não quer um Serviço Nacional de Saúde público e creches públicas, optando por contratualizar com privados, o que fragiliza o país, não diz de onde vem o dinheiro para pagar essa contratualização, já o Bloco quer um Estado Social mais forte e apresenta os números certos.

De acordo com Catarina Martins, a capacidade de investimento público e de intervenção pública são também imperativos para responder à urgência climática.

“Com o clima não podemos negociar”, frisou, salientando que precisamos de alterar a estrutura da economia.

Quando interpelada sobre se existem pontos em comum nos programas do CDS e do Bloco, a coordenadora bloquista reconheceu que os programas são, de facto, muito diferentes, assinalando, contudo, um ponto em comum: "Temos um ponto de contacto com o CDS que é alargar a licença de parentalidade. Só lamentamos que o CDS tenha votado contra exatamente esta proposta apresentada pelo Bloco há uns meses atras", avançou.

Cristas não se recorda que foi responsável por colossal aumento da carga fiscal

O debate entre Catarina Martins e Assunção Cristas começou com a líder do CDS a assumir que só tinha lido alguns pontos do programa do Bloco, os que lhe interessavam, e que não lia os programas dos outros partidos. Esse desconhecimento ficou bem plasmado durante todo o debate.

Assunção Cristas voltou a defender que se registou um aumento da carga fiscal na última legislatura, afirmando que a primeira prioridade do CDS é diminuir impostos.

A coordenadora do Bloco desmontou facilmente o discurso da líder do CDS. Catarina explicou a Cristas o óbvio: a receita fiscal melhorou não pelo aumento dos impostos mas pelo crescimento da economia e a criação de emprego.

Reagindo às declarações da líder do CDS, que invocou as famílias vítimas desta alegada carga fiscal, Catarina Martins assinalou que não sabe exatamente “que famílias Assunção Cristas conhece”, mas as que conhece “lembram-se do enorme aumento de impostos e da sobretaxa do CDS, e lembram-se que hoje já não a têm de pagar”.

Para a dirigente bloquista, o importante é desfazer de vez o enorme aumento de impostos da responsabilidade do governo CDS.

Confrontada com os factos, Assunção Cristas não se coibiu de citar medidas que não existem no programa do Bloco, como o fim de deduções em saúde, na compra de habitação própria ou na educação.

Contrariamente ao que o CDS diz, o imposto sobre grandes fortunas ou adicional do IMI para propriedade de luxo não é penalizar a classe média: "Quando o Bloco propõe imposto sobre as fortunas, o CDS diz que é sobre a classe média. Estranha conceção de classe média a do CDS", sinalizou Catarina Martins.

A dirigente bloquista lamentou que o CDS não proponha a descida do IVA da eletricidade, o que teria um enorme impacto na vida das famílias portuguesas, e tenha sido responsável pela amnistia fiscal que permitiu a pessoas como Zeinal Bava, Ricardo Salgado ou Sócrates não pagarem impostos e não serem punidos pelos crimes fiscais que cometeram.

Luta pela igualdade implica defesa de legislação laboral que impeça o abuso

Catarina Martins frisou que “não é possível lutar pela igualdade de género sem defender uma legislação que não impeça o abuso a que temos assistidos nos últimos anos”: “Sem termos políticas sérias de direito do trabalho, serviços públicos capazes, não vamos seguramente combater as desigualdades nem falar seriamente sobre natalidade”, apontou.

Já para o CDS, a solução para promover a igualdade é arranjar formas de as mulheres poderem compatibilizar o trabalho com a maternidade: o “smartworking” e o trabalho a partir de casa.

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