Catarina Martins: “Estas eleições não são a mudança de que Angola precisa”

24 de August 2017 - 21:02

“Era bom que estas eleições fossem uma mudança, sabemos que não serão ainda, mas também sabemos que há uma nova geração muito empenhada numa mudança política em Angola que vai fazendo o seu caminho”, afirmou Catarina Martins.

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Resultados provisórios dão vitória ao MPLA. Foto Manuel de Almeida, Lusa/Epa.

Sublinhando que “estas eleições não são a mudança de que Angola precisa”, Catarina Martins referiu, contudo, que “devemos olhar muito atentamente para essa nova geração que começa a dar passos na luta pela democracia em Angola”, e que “há neste momento cada vez mais força para que alguma coisa mude”.

Em declarações à agência Lusa, à margem da visita às Festas de Corroios, que teve lugar esta quarta feira à noite, a dirigente bloquista lembrou que, “em Portugal, foi muito conhecida a luta de Luaty Beirão, mas tantos outros e tantas outras como ele têm feito esse caminho”.

“Esta nova geração, que é muito exigente pela democracia, contra a corrupção, pelo bom uso dos recursos de Angola, começa a fazer-se ouvir", reforçou.

"Todos aqueles que nos preocupamos com Angola e com o povo angolano vemos com uma enorme preocupação que um dos países com mais riqueza do mundo seja aquele onde há mais pobreza e onde a mortalidade infantil é uma das mais altas do mundo", sinalizou Catarina Martins, acrescentando que uma "elite corrupta foi retirando às angolanas e aos angolanos as possibilidades de vida digna no seu país".

"Aliás, como se sabe, Angola não aceitou sequer ter observadores no processo eleitoral. Só aceitou ter pessoas no dia da votação, mas a observação eleitoral significa ser nos meses anteriores, na campanha", avançou a coordenadora do Bloco, frisando que "houve uma enorme pressão do Governo para se perpetuar".