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Catarina: “Desespero da direita causa instabilidade no país”

"A direita está absolutamente desesperada e a perder o Norte", disse Catarina Martins aos pouco depois do discurso de Passos Coelho desta quinta-feira, recheado de frases sobre golpes eleitorais e reclamando uma revisão constitucional extraordinária que lhe permita recuperar a maioria que os eleitores lhe retiraram no mês passado.
Falando aos jornalistas antes de uma sessão pública no Entroncamento, Catarina Martins lembrou que PSD e CDS juntos "não elegeram deputados e deputadas suficientes sequer para formarem um Governo na Assembleia da República, quanto mais para fazer uma revisão constitucional".
Para a porta-voz do Bloco, por toda a Europa processos de formação de um governo como o da atual maioria parlamentar acontecem com normalidade. Por isso, sublinha que "criar esta ideia de instabilidade permanente não ajuda em nada o país".
"Não tem nenhum sentido, é um desespero, mas este desespero é perigoso porque causa mais instabilidade no país quando não devia causar", afirmou Catarina Martins, pedindo a PSD e CDS que tenham "alguma calma e compreendam que Portugal é uma democracia madura" que "há 40 anos elege parlamentos”. “Não é nenhum drama, é a democracia como ela é”, concluiu.
“Não podem vender a TAP, já foram demitidos”
Tal como as anteriores iniciativas desta série de sessões públicas em vários pontos do país, o debate centrou-se na situação política atual e no acordo assinado pelo Bloco para viabilizar o governo do PS “e pôr um ponto final ao ciclo do empobrecimento”. Catarina Martins criticou também a assinatura do contrato de venda da TAP, feita horas antes.
“A direita já não é governo. Passos Coelho e Paulo Portas estão com dificuldade em compreender isso. Hoje decidiram assinar um contrato para vender a TAP quando já não têm poderes para o fazer porque já foram demitidos”, afirmou Catarina Martins.
Carlos Matias: "Não podemos baixar os braços. Já ganhámos alguma coisa mas podemos ainda ganhar mais”
O deputado bloquista eleito por Santarém também interveio sobre o reforço do Bloco nas eleições e a possibilidade de afastar o governo minoritário PSD/CDS com um entendimento entre o PS e os partidos à sua esquerda. "O acordo não dispensa que continue a haver mobilização social e luta social pelos direitos”, afirmou Carlos Matias.
O futuro imediato passa por “continuar a pôr a pressão sobre a direita e a finança, continuar a exigir aquilo que é preciso exigir”, acrescentou Carlos Matias, defendendo que os 19 deputados eleitos pelo Bloco de Esquerda terão mais força no parlamento “quanto mais força tiver a luta social de exigência e reivindicação”.
“Não podemos baixar os braços. Já ganhámos alguma coisa mas podemos ainda ganhar mais: um futuro com esperança, porque quem trabalha ou já trabalhou merece ser justamente pago, os jovens merecem ter emprego, o país precisa de serviços públicos que garantam a dignidade das pessoas”, resumiu Carlos Matias.
Comments
A "esquerda" não pode ser igual à "direita"
Quando Catarina Martins fala dos amanhãs radiosos que nos esperam ou dos "ganhos já alcançados" )graças ao "acordo" com o PS de A. Costa ), mais não faz que desrespeitar quem votou no Bloco. Segue o discurso populista da "direita" que diz combater. Não podemos perder a dignidade. Mas ela perde-se quando se aceita um aumento de 1 euro para pensões de 350 por mês. Fazer disto uma vitória e' um insulto à todos nós mas sobretudo aos que de nós recebem estas pensões. É' por isso urgente recuperar a dignidade . Essa não tem preço. O encantamento da borboleta com a luz ( de uma simples vela ) não pode fazer parte de uma cultura da esquerda.
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