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Catarina: “Desespero da direita causa instabilidade no país”

A porta-voz do Bloco reagiu ao pedido de Passos Coelho para uma revisão constitucional que lhe permita a possibilidade de desforra eleitoral, após ter perdido a maioria a 4 de outubro. E pediu a PSD e CDS que tenham "alguma calma e compreendam que Portugal é uma democracia madura”.
Catarina Martins na sessão pública realizada no Entroncamento. Foto Bloco/Santarém.

"A direita está absolutamente desesperada e a perder o Norte", disse Catarina Martins aos pouco depois do discurso de Passos Coelho desta quinta-feira, recheado de frases sobre golpes eleitorais e reclamando uma revisão constitucional extraordinária que lhe permita recuperar a maioria que os eleitores lhe retiraram no mês passado.

Falando aos jornalistas antes de uma sessão pública no Entroncamento, Catarina Martins lembrou que PSD e CDS juntos "não elegeram deputados e deputadas suficientes sequer para formarem um Governo na Assembleia da República, quanto mais para fazer uma revisão constitucional".

Para a porta-voz do Bloco, por toda a Europa processos de formação de um governo como o da atual maioria parlamentar acontecem com normalidade. Por isso, sublinha que "criar esta ideia de instabilidade permanente não ajuda em nada o país".

"Não tem nenhum sentido, é um desespero, mas este desespero é perigoso porque causa mais instabilidade no país quando não devia causar", afirmou Catarina Martins, pedindo a PSD e CDS que tenham "alguma calma e compreendam que Portugal é uma democracia madura" que "há 40 anos elege parlamentos”. “Não é nenhum drama, é a democracia como ela é”, concluiu.

“Não podem vender a TAP, já foram demitidos”

Tal como as anteriores iniciativas desta série de sessões públicas em vários pontos do país, o debate centrou-se na situação política atual e no acordo assinado pelo Bloco para viabilizar o governo do PS “e pôr um ponto final ao ciclo do empobrecimento”. Catarina Martins criticou também a assinatura do contrato de venda da TAP, feita horas antes.

“A direita já não é governo. Passos Coelho e Paulo Portas estão com dificuldade em compreender isso. Hoje decidiram assinar um contrato para vender a TAP quando já não têm poderes para o fazer porque já foram demitidos”, afirmou Catarina Martins.

Carlos Matias: "Não podemos baixar os braços. Já ganhámos alguma coisa mas podemos ainda ganhar mais”

O deputado bloquista eleito por Santarém também interveio sobre o reforço do Bloco nas eleições e a possibilidade de afastar o governo minoritário PSD/CDS com um entendimento entre o PS e os partidos à sua esquerda. "O acordo não dispensa que continue a haver mobilização social e luta social pelos direitos”, afirmou Carlos Matias.

O futuro imediato passa por “continuar a pôr a pressão sobre a direita e a finança, continuar a exigir aquilo que é preciso exigir”, acrescentou Carlos Matias, defendendo que os 19 deputados eleitos pelo Bloco de Esquerda terão mais força no parlamento “quanto mais força tiver a luta social de exigência e reivindicação”.

“Não podemos baixar os braços. Já ganhámos alguma coisa mas podemos ainda ganhar mais: um futuro com esperança, porque quem trabalha ou já trabalhou merece ser justamente pago, os jovens merecem ter emprego, o país precisa de serviços públicos que garantam a dignidade das pessoas”, resumiu Carlos Matias.

Catarina Martins no Entroncamento

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