Catarina critica ausência de consequências políticas após tortura no SEF

Horas antes de ser conhecida a notícia da demissão da diretora do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF), Catarina Martins foi questionada pelos jornalistas à saída de uma reunião com a Associação de Comerciantes do Porto acerca da forma como o poder político tratou o caso do assassinato de um cidadão ucraniano detido nas instalações do SEF no aeroporto de Lisboa.

"Acho que isto nos envergonha a todos, é de uma violência atroz. Um homem chega a um país e é assassinado por forças de segurança desse país. Como é que isso acontece numa democracia, como é que isso acontece em Portugal, e como é que ainda não houve sequer nem consequências políticas que se vejam, nem uma palavra para com a viúva e para com os órfãos deste homem", afirmou a coordenadora bloquista, citada pela agência Lusa.

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Catarina lembrou que o Bloco exigiu a presença do ministro da Administração Interna no Parlamento para dar explicações e lamentou que até agora não tenha havido consequências políticas de um caso com esta gravidade.

"Eu julgo que não há facto mais grave na democracia portuguesa do que um cidadão ser torturado até à morte à guarda do Estado português, às mãos do Estado português. Deve ter consequências, consequências criminais, mas também consequências políticas e seguramente acho inaceitável que o Estado português ainda não tenha tido uma palavra com para com a viúva e os filhos do cidadão que foi assassinado quando estava à guarda do SEF", concluiu Catarina.

Pouco depois de ter feito estas declarações, foi conhecida a notícia da demissão da diretora do SEF, Cristina Gatões. Segundo o Ministério da Administração Interna, o lugar será ocupado temporariamente pelo então responsável pela tutela do centro do SEF no aeroporto de Lisboa, onde ocorreu o assassinato de Ihor Homenyuk.