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Catarina anuncia acordo para cortar mais 40 milhões nas rendas da energia

Catarina Martins anunciou esta sexta-feira um acordo com o governo para suspender o mecanismo da garantia de potência na energia. O primeiro dia das jornadas parlamentares do Bloco em Trás-os-Montes foi dedicado à interioridade e à defesa da ferrovia.
Catarina Martins na sessão de abertura das Jornadas Parlamentares do Bloco

Na abertura das jornadas parlamentares que decorrem esta sexta-feira e sábado em Trás-os Montes- Bragança e Vila Real - a coordenadora bloquista disse em conferência de imprensa que enquanto a garantia de potência não é paga de forma mais justa, não faz sentido que continue a ser paga pela fatura energética. Por isso, o Bloco “vai propor na especialidade a suspensão da garantia de potência até que um novo mecanismo seja mais justo e possível”.

De acordo com a dirigente bloquista esta medida “permite poupar 40 milhões de euros", e permitirá "a prazo baixar o preço da energia para toda a gente".

"Temos já o acordo do governo sobre esta matéria", prosseguiu, havendo a expetativa que a aprovação da poupança na fatura energética leve a que posteriormente seja introduzido um "novo mecanismo" sobre esta matéria que "permitirá baixar a fatura da luz no futuro".

De acordo com a dirigente do Bloco, "um terço da fatura da luz que pagamos são os custos de interesse geral que não têm bem a ver com os custos da energia”, uma vez que tais custos “são contratualizações entre produtores de energia e o Estado que nenhuma lógica aconselha, nem a das contas públicas nem a do mercado”.

Os encargos associados ao mecanismo de atribuição de incentivos à garantia de potência são suportados por todos os consumidores de energia elétrica, sendo repercutidos na tarifa de uso global de sistema ou noutra tarifa aplicável à globalidade dos consumidores de energia elétrica.

Barragem de Foz Tua é "excelente para a EDP e péssima para o país"

Catarina Martins chamou ainda atenção para os problemas da interioridade, tendo observado que "para lá de cada medida concreta" estipulada no Orçamento do Estado, "é essencial que se pense as opções do país tendo em conta o longo prazo, o desenvolvimento de Portugal".

"Não podemos aceitar um projeto de desenvolvimento para o país que deixa uma parte do país para trás. Temos de falar do investimento numa lógica que promova a coesão territorial”, disse, tendo acrescentado que “só assim uma recuperação do país não deixará ninguém para trás".

Catarina Martins sublinhou que, "a ferrovia é seguramente um dos investimentos estruturantes do país", e nesse sentido o Bloco aguarda até ao final do ano da parte do governo um "plano nacional ferroviário que responda sobre as pessoas e a coesão territorial".

A dirigente bloquista referiu-se ainda à barragem do Foz Tua, que definiu como "excelente para a EDP e péssima para o país, as contas públicas e as populações" locais.

"Achamos que é um tremendo erro que tenha sido construída", declarou, acrescentando que há "contrapartidas" da construção da barragem que "não estão a ser asseguradas, desde logo o acesso à mobilidade da população", frisou.

O Estado, nesse sentido, deve "exigir" da elétrica uma "contrapartida para reativar" como serviço público a linha ferroviária da zona, advogou.

Sobre o Orçamento do Estado, Catarina Martins disse que "o Bloco de Esquerda cumpre os seus compromissos e este OE, objetivamente, aumenta rendimentos do trabalho, cumpre o compromisso de não precarizar e privatizar mais, de não aumentar os bens essenciais”.

“No deve e no haver, em 2017, quem vive do trabalho será mais respeitado e, por isso, o Bloco vai votar a favor na generalidade", avançou.

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