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Carteiros de Santarém marcam três dias de greve em outubro

Há mais de uma centena de milhar de cartas e encomendas em atraso. Faltam doze trabalhadores e há povoações onde o carteiro não passa há 15 dias. Os carteiros queixam-se também da falta de condições de trabalho no novo centro de distribuição para onde se mudaram em agosto.
A dirigente da CGTP, Isabel Camarinha, esteve esta sexta-feira no centro de distribuição dos CTT de Santarém no horário da paralisação parcial. Foto CGTP.
A dirigente da CGTP, Isabel Camarinha, esteve esta sexta-feira no centro de distribuição dos CTT de Santarém no horário da paralisação parcial. Foto CGTP.

Os trabalhadores do centro de distribuição de Santarém dos CTT decidiram endurecer a sua luta que tem exigido mais contratações e melhores condições de trabalho. Desde o dia 8 de agosto que estão a fazer uma paralisação ao trabalho de duas horas por dia. Nos próximos dias 6, 7 e 8 de outubro vão parar na totalidade do seu horário de trabalho.

Dina Serrenho, do Sindicato Nacional dos Trabalhadores de Correios e Telecomunicações, explicou à Lusa que são precisos mais doze funcionários no centro que serve os concelhos de Santarém, Almeirim e Alpiarça e que a correspondência por distribuir ultrapassa já a centena de milhar.

“Há povoações que não veem correio há 15 dias, porque o carteiro não tem hipótese de lá chegar”, diz a dirigente sindical.

Os CTT apenas contrataram esta semana dois trabalhadores temporários, mas não são suficientes. Para a sindicalista do SNTCT, “a empresa tem de pôr efetivamente gente a trabalhar e depois tem de dar tempo aos trabalhadores para conhecerem as áreas. Foi tudo feito em cima do joelho. Não podia ter acontecido isto”.

O que foi feito em cima do joelho e não devia ter acontecido, do ponto de vista dos trabalhadores, foi a mudança para um novo centro de distribuição, situado na zona industrial de Santarém, no final de agosto, e as complicações que causou. Apesar de, depois de ter começado a funcionar, já ter sido objeto de pequenos arranjos, os trabalhadores queixam-se que não resolveram o essencial.

As críticas às condições de trabalho incluem as “péssimas condições acústicas” do antigo armazém, o “chão de cimento, com mais de 30 anos, vergonhoso”, as “casas de banho no mínimo dos mínimos do que a legislação impõe” e inundações quando chove mais. A conclusão é taxativa: “não temos um ambiente digno para trabalharmos”.

Como as chefias não foram capazes de resolver estes problemas, os trabalhadores pediram a intervenção do presidente do conselho de administração. “Era muito bom que descessem à terra, que viessem junto dos trabalhadores, que viessem aferir a sensibilidade dos trabalhadores, o que é que os preocupa, para, de uma vez por todas resolverem”, diz Dina Serrenho. Para a dirigente sindical, o serviço tem perdido qualidade desde 2014 e os carteiros têm-se visto obrigados a fazer greves “apenas com o intuito de chamar a atenção de quem de direito, de que as populações estão a ser mal servidas”.

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