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Carta Aberta apela ao Governo que atribua bandeira portuguesa ao “Aquarius II”

Dezenas de personalidades de várias áreas, entre as quais o bispo Januário Torgal Ferreira e os deputados José Manuel Pureza, Pedro Bacelar de Vasconcelos e a eurodeputada Marisa Matias, exortam o executivo a conceder o registo ao navio humanitário, permitindo que o mesmo continue a resgatar migrantes no Mediterrâneo.
Foto DOMENIC AQUILINA, EPA.

Na carta aberta ao Governo português, os/as 43 subscritores/as lembram que o Aquarius II é um navio de salvamento de migrantes, cuja atividade salvou milhares de vidas.

Desde a primeira viagem desta embarcação, datada de fevereiro de 2016, o Aquarius II já resgatou cerca de 30 mil pessoas e “foi responsável pelo registo e denúncia de crimes cometidos contra os direitos humanos de migrantes e refugiados”.

Por pressão do governo italiano, em particular do ministro da Administração Interna, Matteo Salvini, o navio humanitário perdeu a bandeira de Gibraltar em agosto e, em setembro, a do Panamá.

Conforme sublinham os promotores desta carta aberta, “o objetivo do governo italiano é claro e manifesto: impedir que o Aquarius prossiga as operações de resgate, comprometendo a sua operação e fazendo perigar dramaticamente a vida de milhares de pessoas”.

“Ao navio Aquarius II, à sua tripulação e às ONG envolvidas devemos cada vida que foi salva e cada denúncia que foi feita. Mas devemos também o incansável exemplo de solidariedade de quem nunca desistiu do humanismo como alternativa à xenofobia”, escrevem as dezenas de subscritores da missiva que, em defesa dos direitos humanos, apelam “ao Governo da República Portuguesa para que conceda ao Aquarius II o registo de embarcação no nosso país, permitindo dessa forma a continuação das suas missões de salvamento de pessoas cuja vida e cuja esperança se afunda no Mediterrâneo”.

Confrontado esta semana pelo Grupo Parlamentar do Bloco de Esquerda sobre a sua disponibilidade em atribuir bandeira portuguesa à embarcação, o ministro dos Negócios Estrangeiros defendeu que dar bandeira ao “Aquarius II” “não é solução” para a crise migratória e que o caminho tem de ser coletivo, europeu.

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