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Carta aberta apela a alterações profundas na distribuição do espaço público

A Liga de Associações pela Cidadania Rodoviária, Mobilidade Segura e Sustentável apela ao governo e aos municípios que tomem “a saúde pública e retoma económica justa e sustentável pós confinamento como uma nova emergência nacional”.

“Perante muitas incertezas durante esta pandemia, devemos ser ainda mais determinados na ambição que temos para o nosso futuro. A retoma económica terá que ser mais solidária, inclusiva, sustentável e saudável”, lê-se na carta aberta lançada pela Estrela Viva - Liga de Associações pela Cidadania Rodoviária, Mobilidade Segura e Sustentável.

A missiva, intitulada “Mobilidade Activa e Transporte Público: por uma política de Saúde Pública mais responsável”, refere que “perante muitas incertezas durante esta pandemia, devemos ser ainda mais determinados na ambição que temos para o nosso futuro”.

As organizações que compõem a Estrela Viva sublinham a necessidade de garantir uma retoma económica “mais solidária, inclusiva, sustentável e saudável”, alertando que “regressar ao erro que nos trouxe aqui seria irresponsável e irracional”.

“Com a previsível redução do preço dos combustíveis fósseis, a menor capacidade dos transportes públicos, e o medo da proximidade física, voltaremos dentro de poucas semanas a cidades ainda mais insalubres que há poucos meses - salvo se forem adoptadas fortes políticas públicas e alterações profundas na distribuição do espaço público”, acrescentam.

O facto de Governos em todo o mundo estarem a adotar “políticas públicas sem precedentes”, torna, de acordo com os signatários, “bastante clara e preocupante a inacção do governo português perante esta nova emergência”.

“Mas estes incentivos por parte dos governos não surtirão efeito sem profundas alterações do espaço público”, escrevem, sinalizando que várias cidades em todo o mundo estão a transformar as suas ruas nas últimas semanas.

Em causa está, nomeadamente, ganhar espaço público nos bairros para os necessários passeios durante o confinamento; contrariar desde já o expectável aumento do uso do automóvel; reabrir jardins e transformar ruas locais em lugares de fruição para crianças, adultos e idosos, o que implica fechar ruas ao tráfego de atravessamento e assegurar velocidades máximas de 20km/h em zonas de coexistência; e criar “corredores de saúde” que alarguem os passeios que hoje não permitem o distanciamento físico dos peões e que garantam o uso da bicicleta em segurança nas ruas principais.

No final da carta aberta, as organizações não-governamentais deixam um apelo claro ao Presidente da República, Presidente da Assembleia da República, Primeiro-ministro e autarcas: Que tomem “a saúde pública e retoma económica justa e sustentável pós confinamento como uma nova emergência nacional”. 

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