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Cannadouro: Feira do cânhamo regressa ao Porto este fim de semana

Com o país ainda à espera da regulamentação da lei da canábis medicinal, a segunda edição da Cannadouro — Feira Internacional de Cânhamo do Porto — vai debater o tema e acolher a estreia de uma nova associação de produtores de cânhamo.
Imagem da primeira edição da Cannadouro em 2017. Foto Cannadouro.

A apresentação da Associação Pró-Cânhamo é um dos grandes destaques da segunda edição da Cannadouro, a Feira Internacional de Cânhamo do Porto que decorre a 17 e 18 de novembro no Centro de Congressos da Alfândega do Porto.

Segundo a organização da Feira, a nova associação terá como objetivo “o desenvolvimento do cultivo de cânhamo em Portugal, dando voz aos produtores já instalados e auxilio a todos os que procuram dedicar-se a esta cultura”. A apresentação será no sábado às 12h30, com a presença do engenheiro agrícola Tiago Padrão, que apresenta o cânhamo como uma alternativa às grandes culturas, e Jose Maraver, que apresentará o Projeto Kannabeira, do Fundão.

O uso terapêutico da canábis é outro dos destaques nas conferências desta feira que atrai cada vez mais produtores e comercializadores de produtos relacionados com os diversos usos da canábis. Às 15h15 de sábado, Laura Ramos, da associação Cannativa, vai apresentar o documentário “Pacientes à espera da lei”, com depoimentos de pacientes, médicos e políticos. Segue-se um debate com a presença do deputado bloquista Moisés Ferreira, e as mensagens enviadas pelo deputado do PSD Ricardo Baptista Leite e Cristina Rodrigues, do PAN. No domingo, pelas 15h15, os médicos Bruno Maia e Javier Pedraza vão conversar sobre o cenário pós-legalização da canábis medicinal.

As conferências também vão discutir temas como o Cannabidiol (CBD) “como impulsionador da Cannabis Sativa L”, a “utilização de betão de cânhamo na construção”, os "Segredos e truques para a agricultura sustentável e aumentos de produção de cannabis”, a gestão do prazer e o risco do consumo de canábis, terminando com uma mesa-redonda para “Dar voz às Mulheres Canábicas”.

Como já tinha afirmado em entrevista ao podcast Quatro e Vinte, João Carvalho, da organização da Cannadouro, diz que o atraso na regulamentação da lei da canábis medicinal “deixa as empresas e os produtores apreensivos”. Por outro lado, acrescenta, “o modelo que aparentemente apenas concede às grandes empresas a possibilidade de produção e venda exclusiva nas farmácias, está a deixar ainda mais apreensivos os pequenos produtores de cânhamo e os pacientes que até aqui se abasteciam nas grow-shops e ervanárias da sua zona de residência. E como sabemos, a incerteza não é boa para o negócio, nem para a economia”.

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