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Canadá declarou urgência climática e no dia seguinte aprovou o mega-oleoduto
Na segunda-feira passada a Câmara dos Comuns declarou o estado de urgência climática nacional. Na terça, o primeiro-ministro Justin Trudeau anunciou a luz verde à expansão do oleoduto que permitirá triplicar a extração de petróleo no país até aos 890 mil barris por dia.
“Se o Canadá fosse ao psicólogo seria por esquizofrenia aguda”, afirmou ao Libération o vice-presidente do Partido Verde do Canadá, que acusa o governo de Trudeau de ter cedido aos lóbistas da poderosa indústria petrolífera.
Os ecologistas não ficaram convencidos com as promessas do governo de alocar as receitas do petróleo em investimentos na proteção ambiental. David Green prefere olhar para o montante do investimento necessário para a expansão do oleoduto, que calcula em cerca de 6.7 mil milhões de euros, e vê-lo aplicado “no desenvolvimento de energias verdes, nos parques eólicos, fotovoltaicos ou em equipamentos públicos”. Investimentos que reduziriam as emissões poluentes, ao mesmo tempo que criariam emprego, sublinha.
Para este dirigente político, a decisão de Trudeau “anula toda a possibilidade de respeitar os compromissos que o Canadá assumiu no quadro dos acordos de Paris sobre o clima”. Para atingir a meta de 1.5ºC de aumento da temperatura, o Canadá teria de reduzir 30% das emissões de gases com efeito estufa até 2030. Olhando para o peso das emissões poluentes da indústria petrolífera, que representa mais de metade do total das emissões do país, a aposta no aumento da extração vai no sentido contrário, o de “enredar o país na dependência do petróleo”, concluiu David Green.
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