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Câmara de Lisboa quer mais capacidade de acolhimento de refugiados

A Câmara Municipal de Lisboa defendeu hoje, numa moção apresentada pelo Bloco de Esquerda, a adoção de uma “estratégia integrada” e o efetivo aumento da capacidade real de acolhimento de refugiados, de forma a avaliar a receção de mais pessoas do campo de Moria, na Grécia. A moção bloquista foi hoje aprovada por maioria, com votos favoráveis do PS, PSD, CDS-PP e Bloco de Esquerda, e abstenção do PCP.
No documento aprovado, a autarquia sugere que o Governo se reúna com as entidades de acolhimento, entre as quais a própria Câmara de Lisboa, “para adotar uma estratégia integrada e efetivar o aumento da capacidade real de acolhimento de modo a avaliar a receção de mais pessoas do campo de Moria”.
Além disso, defende-se também o alargamento do período de acolhimento de refugiados, de modo a que este esteja adaptado à realidade dos processos de integração e autonomização.
“Existe a necessidade de reforçar a capacidade real de acolhimento portuguesa para poder dar resposta a situações de emergência humanitária”, é defendido na moção, acrescentando-se que a Câmara de Lisboa, enquanto entidade de acolhimento de pessoas refugiadas e requerentes de asilo, “assumiu o compromisso de acolher 10% da quota nacional do programa de recolocação”.
“O município mantém a vontade política de assegurar esse compromisso no contexto atual e estudar junto do Governo a possibilidade de aumentar a sua capacidade real de acolhimento”, lê-se ainda no documento consultado pela agência Lusa.
O campo de migrantes de Moria, na Grécia, era o maior da Europa e foi totalmente destruído por incêndios na passada semana. As 12 mil pessoas ali alojadas estão atualmente sem abrigo, dormindo nas ruas, campos ou edifícios abandonados.
Esta moção foi aprovada um dia antes de Marisa Matias visitar o campo de refugiados na ilha de Lesbos. A eurodeputada explica que “em Lesbos mais de dez mil pessoas dormem ao relento, tantas como a população da ilha. Quase mil são crianças. Estão a passar fome e o mundo fecha os olhos.” A visita irá incluir encontros com refugiados e organizações não governamentais no terreno.
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