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Call-centers viram o ano em luta

Os trabalhadores do call-center da EDP em Seia estiveram em greve dias 24 a 26 e voltarão a estar a partir de 31 de dezembro até 2 de janeiro. Protestam contra alterações sucessivas de horárias, baixos salários e ausência de respostas ao caderno reivindicativo. Contra a precariedade outros call centers têm greve marcada até dia 31.
Imagem de um call center no Brasil em 2012.
Imagem de um call center no Brasil em 2012. Foto de Carlos Ebert/Flickr.

No call-center da EDP em Seia os trabalhadores são contratados pela ManpowerGroup Solutions. E a atitude da administração desta desagrada-lhes. Em comunicado divulgado pelo SITE Centro-Norte, é revelado que “não são dadas respostas à resolução dos problemas, não houve ainda resposta ao caderno reivindicativo apresentado pelos trabalhadores, há alteração sucessiva de horários de trabalho, em particular ao fim-de-semana, entre muitas outras situações”. Reivindica-se ainda melhoria dos salários e das condições de trabalho.

Os trabalhadores justificam assim que tinham partido para seis dias de greve, os primeiros dos quais, abrangendo o período no Natal, já passaram. Com sucesso. O SITE Centro-Norte calculou a adesão em 95%.

A segunda ronda está marcada para a altura da passagem de ano: entre 31 de dezembro e dois de janeiro.

Contra a precariedade nos contact centers

Por sua vez o SINTTAV tem a decorrer outro processo de luta. Entre os dias 23 e 31 de dezembro há greves nos call centers e contact centers porque é “determinante continuar a dar ampla expressão a uma luta da qual não podem desistir ou abrandar até conseguirem atingir os seus objetivos, no sentido de deixarem de continuar a serem reféns de um modelo económico de baixos salários e de uma legislação que os condena eternamente a vínculos precários”.

Segundo este sindicato, a precariedade atinge mais de 100 mil trabalhadores do ramo, muitos dos mais trabalham há mais de vinte anos no mesmo local de trabalho e dando a cara por operadores como Altice MEO, NOS, Vodafone ou EDP sem com elas ter relação de trabalho, uma vez que estão ligados a empresas de outsourcing ou de trabalho temporário. Por isso, os trabalhadores exigem que o vínculo que lhes é devido seja com as empresas para as quais efetivamente trabalham e não com os intermediários.

Na véspera de Natal, os trabalhadores dos call centers concentraram-se em frente da sede da NOS no Porto para “enviar uma mensagem às Empresas e ao Governo, que a estabilidade social e laboral nos Contact Centers vai depender da disponibilidade das empresas para o diálogo social que para o devido efeito se exige, e a vontade política que de igual modo se exige do Governo para um debate responsável com resultados concretos que se identifiquem com as aspirações das dezenas de milhares de trabalhadores, espelhadas nas suas reivindicações que sustentam uma luta duradoura e muito difícil, mas confiantes em atingirem os seus objetivos”.

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