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Cadeia alimentar nacional é dependente e desordenada, alerta a Zero

No Dia Mundial da Alimentação, que se comemora este sábado, a associação ambiental alerta que o sistema alimentar “está estruturalmente dependente das importações e desalinhado de uma alimentação saudável”.
Leguminosas - Foto da associação Zero
Leguminosas - Foto da associação Zero

No Dia Mundial da Alimentação, que se comemora a 16 de outubro, a associação ambiental Zero divulgou um comunicado, onde analisa o sistema alimentar nacional e apresenta propostas para uma estratégia nacional para as leguminosas e uma alimentação equilibrada.

A Zero alerta que o sistema alimentar português é marcado pela dependência das importações de alimentos e sublinha o caso das leguminosas, em que o país satisfaz apenas 18% das necessidades. Partindo desta análise, a associação ambiental defende que “a conceção de uma estratégia nacional para as leguminosas poderá criar o precedente necessário para a transição ecológica justa do sistema alimentar, direcionando os apoios da Política Agrícola Comum de Portugal para esse fim”.

A Zero avisa que a cadeia alimentar é dependente e desordenada e sublinha que os “índices de autoaprovisionamento nacionais continuam embaraçosamente baixos para alguns dos bens alimentares estratégicos”, a associação exemplifica com os casos das leguminosas secas, 18%, e dos cereais, 20%. O comunicado refere que a maior parte da produção de cereais (61,9%) foi destinada à alimentação animal e que os solos agrícolas privilegiados estão ocupados sobretudo por culturas permanentes em regime de monocultura, levando a um “ordenamento irracional” e a um “desaproveitamento do portencial produtivo dos solos”.

No comunicado, a associação ambiental propõe “uma estratégia nacional para as leguminosas e uma alimentação equilibrada”. “Só uma estratégia alimentar que procure o aumento do consumo de proteínas de origem vegetal e a incorporação de leguminosas nos sistemas agrícolas poderá ajudar a equilibrar as nossas dietas, valorizando produtos cultural e ecologicamente adequados”, afirma a Zero. A associação sublinha ainda que as leguminosas são um dos grupos alimentares da Dieta Mediterrânica, mas critica que continua em falta uma estratégia para a capacitação produtiva e comercial.

Por fim, a Zero propõe ainda que um plano estratégico para a Política Agrícola Comum (PAC) de Portugal deve prever apoio específico à produção de leguminosas.

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