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C.1.2 é a nova variante da covid-19

Ganhou mediatismo mas não ameaça por enquanto a predominância da variante Delta. Portugal registou um caso, mas nenhuma cadeia de transmissão ativa. Os cientistas ainda estão a analisar a sua capacidade de transmissão e de resistência às vacinas.
Imagem de uma célula afetada por SARS-CoV-2. Foto NIAID/Flickr.
Imagem de uma célula afetada por SARS-CoV-2. Foto NIAID/Flickr.

Foi detetada pela primeira vez em maio, na África do Sul, mas só recentemente chegou às notícias. A variante C.1.2 está longe de ter destronado a Delta como a variante dominante no país em que foi descoberta, apesar de já estar presente em todas as províncias do país, conforme comunicou esta segunda-feira o Instituto Nacional de Doenças Transmissíveis da África do Sul.

E não é o único país. Chegou à Europa, África, Ásia e Oceânia. A Portugal também.

Até agora não há provas que seja mais perigosa do que as outras variantes. O INDT sul-africano continua a avaliar a sua taxa de infeções e capacidade de resistência às vacinas e a Organização Mundial de Saúde não a classificou como variante “de interesse” ou “problemática”.

O que não quer dizer que se saiba tudo sobre ela. Ao Guardian, Megan Steain da Escola Clínica Central da Universidade de Sidney, especialista em imunologia e doenças infeciosas, diz que esta “contém várias mutações chave que vemos noutras variantes” que se revelaram problemáticas. E “sempre que vemos estas mutações particulares aparecerem, gostamos de manter vigilância sobre a variante para saber o que vai fazer. Estas mutações podem afetar coisas como a sua capacidade de escapar às respostas imunitárias ou transmitir-se mais rapidamente”.

Por outro lado, “a C.1.2 teria de ser bastante boa” para ser mais forte do que variante Delta. Por isso, um cenário muito possível é que venha a morrer, uma vez que a “sua prevalência é realmente baixa”. Foi o que aconteceu à variante Beta que chegou a causar alarme em algumas zonas do mundo porque parecia estar a transmitir-se muito rapidamente. O trabalho laboratorial para chegar a conclusões está a ser feito. Só que “demora um bom bocado”, adverte.

Em Portugal, onde houve apenas um caso da nova variante detetado em julho, na Madeira, e não existem cadeias de transmissão conhecidas, os especialistas concordam com esta análise. O Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge, ouvido pelo Observador, também defende que não existem provas que a C.1.2 seja mais infeciosa ou tenha mais resistência às vacinas. “Nas mais de três mil amostras entretanto analisadas” não se voltou a descobrir, “nem é de esperar que venha a existir uma evolução de crescimento da sua frequência”, diz o instituto.

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