You are here

Bruxelas mantém chantagem sobre Portugal

Bruxelas critica medidas antiausteritárias e exige corte de 450 milhões até 15 de outubro.
Interior do Parlamento Europeu, foto da sua conta de Flickr.

No terceiro relatório da Comissão Europeia desde a saída da troika Bruxelas exige que o governo tome “medidas efetivas” no valor de 450 milhões até metade do mês de outubro para evitar um aumento do défice de 2016, segundo noticia o diário espanhol El País.

Os técnicos reconhecem que na primeira metade do ano, Portugal cumpriu os compromissos orçamentais, mas explicam que na segunda metade se devem sentir mais os efeitos do fim das medidas de austeridade que foram tomadas, uma decisão que foi e continua a ser criticada pela Comissão Europeia. A redução no IVA da restauração, a reposição dos salários dos funcionários públicos, o aumento do salário mínimo ou voltar atrás na privatização da TAP são algumas das medidas do acordo que o PS fez com a esquerda e que são alvo de crítica de Bruxelas.

Bruxelas chantageia mais uma vez Portugal, exigindo que garanta que o défice fique abaixo dos 2.5%. Pelas suas contas, o défice rondará este ano os 2.7% e por essa razão contabilizam o valor dos cortes exigido em 0.25% do PIB, ou seja, 450 milhões de euros. António Costa afirma que o valor do défice ficará “confortavelmente” abaixo dos 2.5%. Em 2014, com o governo de Passos Coelho e de Paulo Portas, o défice atingiu os 4.5%, mas não levantou críticas por parte de Bruxelas.

Questionada esta segunda feira pelos jornalistas sobre o assunto, Catarina Martins lembrou que “Bruxelas faz sempre avisos sobre o que ainda não se sabe para tentar pressionar os Orçamentos de Estado”. “Lamento, mas isso é uma história que conhecemos bem demais”; prosseguiu, acrescentando que “sempre que começamos a estudar a necessidade de recuperar salários e pensões”, Bruxelas levanta “o medo” das coisas poderem não correr bem.

Artigos relacionados: 

Termos relacionados Política
(...)