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Britânicos escolhem sair da União Europeia
A noite eleitoral foi longa como se previa e as previsões iniciais de vitória da permanência do Reino Unido na União Europeia foram desfeitas já de madrugada. A saída da UE foi aprovada por 17.4 milhões (52% dos votos) e a permanência saiu derrotada com 16.1 milhões (48%), num referendo com participação de 72% do eleitorado.
Tal como em Inglaterra, onde apenas a região de Londres deu maioria à permanência na UE, também em Gales a maioria das regiões optou pela saída da União Europeia. A Escócia confirmou as previsões pré-referendo e a permanência ganhou, o que levanta de novo a questão da independência do país. O mesmo aconteceu na Irlanda do Norte, que passa a ser o único território com fronteira terrestre
A vitória do Brexit é um duro golpe na União Europeia, que vêm pela primeira vez um dos seus membros a decidir abandoná-la. Mas é também uma derrota para os dois principais partidos britânicos, que viram a sua posição rejeitada pelo eleitorado. David Cameron fez uma declaração a aceitar o resultado e a anunciar a sua saída do governo daqui por três meses.
A primeira reação veio de Nigel Farage, líder do UKIP, a declarar o “dia da independência” do Reino Unido. “Uma vitória das pessoas normais e decentes” que lutaram “contra as multinacionais, os grandes bancos, os políticos, a corrupção e a mentira”. Mas a parte em que afirmou que a vitória foi conseguida “sem disparar um único tiro” causou polémica por ser feita uma semana após o assassinato de uma deputada trabalhista por um elemento da extrema-direita em plena campanha.
Depois de uma madrugada em que a libra entrou em queda livre nos mercados cambiais, as bolsas reagiram de igual forma, anunciando um dia de queda livre nos mercados europeus. “O Banco da Inglaterra vai tomar todas as medidas necessárias para cumprir com a sua responsabilidade em termos de estabilidade monetária e financeira”, afirmou a instituição em comunicado, numa tentativa de acalmar o que se antecipa como um terramoto financeiro neste final de semana.
Comments
Brexit
Visto de longe é mais compreensível o resultado do plebiscito britânico. A UE abandonou as razões que lhe deram origem para virar mais um feudo dos banqueiros alemães (principalmente) e franceses que através do BCE vêm impondo aos países mais frágeis economicamente receitas neoliberais que representaram fracassos retumbantes para as pessoas e um grande sucesso somente para os banqueiros.
Outro desvirtuamento dos objetivos iniciais da UE foi (e é) a submissão total e acrítica dos governantes europeus aos desígnios dos EUA, aplicando sanções econômicas contra a Rússia que não representam nenhum prejuízo para os norte-americanos mas um grande prejuízo para os pequenos e médios comerciantes e industriais da Europa.
Portanto vejo a UE como um projeto vantajoso apenas para a minoria parasita (banqueiros) e uma tragédia para o cidadão comum europeu.
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