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Braga: Bloco foi "a verdadeira oposição" e quer ser a terceira força política no concelho

Habitação, mobilidade, igualdade e um programa de apoio ao desenvolvimento económico local foram as prioridades sublinhadas no comício em Braga pela candidata bloquista Alexandra Vieira.
Comício do Bloco em Braga.
Comício do Bloco em Braga.

Alexandra Vieira interveio no comício desta segunda-feira e disse sentir que a aceitação da candidatura “é cada vez maior”. A candidata do Bloco à Câmara Municipal de Braga acredita que o partido “tem tudo para ser a terceira força política” no concelho e eleger pela primeira vez para a vereação.

O Bloco de Braga diz-se “incansável na defesa do interesse público e do bem comum”. E avança como argumento para um “voto útil” que “só uma Câmara onde a esquerda tem força é possível avançar com políticas justas, inclusivas, feministas, que combatam a crise climática e que não deixem ninguém ficar para trás”.

A deputada diz que “Braga é uma cidade ativa, atrativa e de oportunidades, mas é preciso que o seja para todas as pessoas que nela vivem e trabalham”, que o “crescimento tem de ser harmonioso, sustentável, planeado, para antecipar problemas e criar respostas” e que “ninguém pode ficar trás”.

Outro dos argumentos para o voto no Bloco é que, apenas com dois deputados na Assembleia Municipal, o partido foi “a verdadeira oposição”, “cada vez mais reconhecida e respeitável ainda que em minoria”.

Alexandra Vieira critica o executivo atual porque tem deixado “tradicionalmente” as políticas sociais “para segundo plano”. “A força do Bloco na Câmara vai lutar para garantir que a autarquia assume todas as medidas previstas que protejam o rendimento das famílias”, assegura.

A apresentação do balanço do trabalho político neste órgão aí está para o provar, explica Alexandra Vieira: “Fomos os únicos que votámos contra a cedência dos terrenos à SAD do Sporting de Braga, votámos contra a cedência num contrato que ninguém conhece dos terrenos das piscinas olímpicas, um edifício já construído”. Durante este mandato, “conseguimos aprovar a alteração das tabelas de comparticipação por atualizar há décadas” das rendas da habitação municipal “mas que o executivo municipal tarda em aplicar” e “fizemos tudo ao nosso alcance para aprovar o regulamento das zonas verdes que o executivo terá de fazer por força da lei”.

Alexandra Vieira acrescentou ainda a defesa da Saboaria Confiança e da sua manutenção no setor publico, a luta para fazer aprovar a isenção automática tarifa automática da água, a recomendação que o Bloco fez aprovar sobre distribuição das refeições escolares durante a pandemia, as denúncias das descargas no rio Este os alertas para o problema da ETAR de Frossos “para a qual a resposta é sempre: nunca há dinheiro”.

Para os próximos quatro anos, o partido aposta em “propostas já estudadas, aplicadas e com sucesso”. No domínio da habitação, pretende-se triplicar a oferta de casas públicas para 1.800, atingindo finalmente a média nacional, criar uma quota de 25% para as novas construções destinada à habitação pública, construir com planeamento e suficiência energética, “não reproduzindo guetos habitacionais do passado”.


Alexandra Vieira no comício de campanha em Braga. Foto Miguel Martins.

Sobre mobilidade, propõe-se “fazer diferente e colocar Braga no século XXI”, invertendo prioridades: “pensar primeiro em quem anda a pé, quem usa a bicicleta e quem usa os transportes públicos”. Do programa para a área fazem parte os autocarros gratuitos, a sua modernização para “tirar carros das ruas”, haver “menos engarrafamentos, menos poluição” e tornar a cidade “mais segura”, a construção de “ciclovias seguras, planeadas, protegidas do trânsito automóvel” e a oposição aos 150 milhões previstos no BRT, o metro de superfície. Para o Bloco, “revolucionar os transportes públicos é muito mais barato” do que o previsto neste grande investimentos.

No domínio ambiental, o Bloco quer alcançar a neutralidade climática até 2030, a “causa das nossas vidas” sobre a qual as “autarquias têm particular responsabilidade”, nomeadamente na preparação dos territórios para cheias, ondas de calor, tempestades, cada vez mais intensas". Alexandra Vieira destaca ainda as ideias de melhorar a eficiência energética do parque habitacional público, da criação de uma entidade municipal, a Braga Energia, que comercializará energia 100% renovável e a preços justos e de facilitar “mais serviços de reparação e reutilização de equipamentos”.

Do programa económico do Bloco em Braga faz parte a proposta de apoiar o comércio e o setor produtivo local (através de um fundo de apoio municipal, criado com dinheiros do PRR, “para setores que promovam trabalho estável, salários dignos e com direitos”) e o setor cultural. O concelho tem “salários muito baixos”, sendo a terceira cidade do país mas ocupando o 32º lugar em termos de salário médio. Assim, identifica-se a “necessidade de acabar com a política de atração de empresas de trabalho precário e baixos salários”.

O Bloco pretende ainda criar um plano estratégico de combate à pobreza, empreender ação para população sénior e contra a violência doméstica e de género e aumentar o número de creches para construir um município “feminista e igualitário”.

 

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