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Bloco viajou na linha da Beira Alta para defender o direito ao transporte

Na passada quinta-feira, o Bloco de Viseu realizou uma ação para ouvir queixas e sugestões dos utentes da Linha da Beira Alta. A cabeça de lista pelo distrito, Bárbara Xavier, defendeu que estas populações não estão a ser servidas por um transporte público adequado às suas necessidades.
Comboio da Linha da Beira Alta.
Comboio da Linha da Beira Alta. Foto da Distrital de Viseu do Bloco de Esquerda.

O Bloco de Viseu viajou de comboio entre Mangualde e Mortágua. O objetivo era contactar com utentes da Linha da Beira Alta para “auscultar quais as reais necessidades, queixas ou sugestões”. E o que o Bloco ouviu foi que os problemas “têm sido constantes” e vão “desde o desabamento de terras/pedras e descarrilamento de comboios, até interrupções motivadas por incêndios florestais que se devem à deficiente limpeza florestal junto à linha ou aos crónicos transbordos de autocarro que tentam substituir o serviço ferroviário enquanto se remendam as linhas”.

A distrital do Bloco considera que foram assim confirmadas as necessidades que já tinha identificado: há um “abandono deste serviço” com “falta de horários e atrasos constantes”, “não há coordenação entre transportes públicos regionais com a Linha da Beira Alta e a coordenação dos horários entre as próprias linhas é deficitária”.

A viagem permitiu também deparar com problemas já conhecidos nas estações: em Mortágua não existe bilheteira e em Mangualde “o horário da bilheteira torna-se muitas vezes num obstáculo à compra dos bilhetes”. Em ambas as estações não existe qualquer serviço de bar ou cafetaria apesar de se encontrarem afastadas de qualquer local em que se possam encontrar este tipo de serviços.

O Bloco verificou ainda que “a utilização do serviço de transporte ferroviário é limitada para pessoas com mobilidade reduzida”. Os utentes nesta condição são aconselhados a avisar previamente qual o comboio e qual o horário que vão utilizar o que acaba por ser “uma redução da autonomia, liberdade e privacidade das pessoas, reduzindo drasticamente a sua livre vontade”.

Alguns troços desta linha estão até a ser alvo de requalificações. Mas o Bloco pensa que, se bem que estar obras parciais resolvam “alguns dos problemas pontuais” não “intervêm estruturalmente” deixam de fora algumas regiões.

Para resolver as questões estruturais o Bloco exige investimento público na Linha da Beira Alta de forma a “contrariar as tendências recessivas das políticas de austeridade que ainda sofremos”, o que para além de garantir “acesso a bens públicos essenciais” também cria “novos postos de emprego como objectivo estratégico fundamental”. Na região, o Bloco pugna ainda pela criação do Corredor Internacional Norte (Aveiro-Viseu-Mangualde), com a construção de 86 km e a ampliação da linha até Vilar Formoso.

São precisos incentivos ao uso da Linha da Beira Alta

A cabeça de lista do Bloco pelo distrito de Viseu também esteve presente na visita. Bárbara Xavier pensa que “as situações encontradas são comuns nas linhas que servem o Distrito, agravando-se em determinadas zonas”. Nas conversas com os utentes, ouviu falar de supressões “devido a acidentes ou à não manutenção das linhas e suas imediações” e de “um reduzido número de horários”.

Face a todos os problemas que foram elencados, Bárbara Xavier pensa que há incentivar o uso desta linha o que passa “pela resolução das queixa dos utentes”. Isto porque quem tem essa possibilidade opta sobretudo “pelo uso do veículo próprio” uma vez que “estas populações nem sequer são providas de um transporte público que lhes sirva as necessidades”. Isto em zonas em que as pessoas “têm de se deslocar para usufruirem de variados serviços que foram encerrados ou nunca existiram na sua localidade, assim como para ir trabalhar ou estudar”.

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