Catarina Martins afirmou este sábado que está contra qualquer alteração legislativa para beneficiar determinadas pessoas "mudar de lei para servir alguns nomes em cima da hora não é algo que se deve fazer", tais mudanças "não correspondem às atuais exigências políticas", acrescentou a coordenadora do Bloco.
Catarina reagia ao anúncio do secretário de Estado das Finanças que o governo iria propor uma alteração legislativa à lei bancária que permitisse a nomeação para o Conselho de Administração da Caixa Geral de Depósitos (CGD) dos oito administradores não executivos que chumbados pelo Banco Central Europeu (BCE) por excederem o limite de cargos em órgãos sociais de outras sociedades. A proposta de alteração legislativa ainda não foi conhecida.
"Num novo quadro político que se vive, temos de viver também a política de uma forma que esteja à altura desde novo quadro político. Por isso, alterações de lei para servir determinadas pessoas ou alterações de lei para permitir acumulação de cargos, vão no contrário do que é a exigência do novo quadro político", acrescentou.
"A CGD tem uma administração, o que interessa discutir é o propósito estratégico [da Caixa], o seu papel na economia, como pode ajudar a criar emprego" acrescentou Catarina. Catarina prestou declarações quando visitava a Feira de Artesanato, Turismo, Agricultura, Comércio e Indústria de Lagoa (FATACIL), no Algarve.
"O Bloco não pactua com ditaduras"
Quando lhe perguntaram por que razão o Bloco não se fez representar no congresso do MPLA em Luanda, Catarina respondeu que "o Bloco de Esquerda não pactua com ditaduras e é muito triste que quase todos os partidos portugueses tenham ido prestar vassalagem ao MPLA".
Para Catarina Martins, respeitar Angola "é também defender a democracia e pluralidade de opinião em Angola e não ter uma relação subserviente com o MPLA, que é o partido do Governo, que é uma ditadura" na qual se "prendem pessoas por delitos de opinião". Catarina concluiu, lembrando o caso dos 15+2 ativistas presos por "lerem um livro".