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Bloco questiona governo sobre despedimentos na Super Bock

A empresa invoca a pandemia para tentar despedir 10% dos trabalhadores. Comissão de Trabalhadores diz que a fábrica trabalhou a 100% e os resultados económicos são “extraordinários”. José Soeiro e Isabel Pires exigem ao governo que reponha a legalidade.
Casa da Cerveja da Super Bock. Foto de Joseolgon/wikicommons.
Casa da Cerveja da Super Bock. Foto de Joseolgon/wikicommons.

Os deputados bloquistas José Soeiro e Isabel Pires questionaram esta segunda-feira o Ministro do Trabalho, Solidariedade e da Segurança Social a propósito dos despedimentos no Super Bock Group.

Esta empresa alegou a pandemia para avançar com o despedimento de 10% dos seus trabalhadores num processo que se inicia já este mês, justificando que teria acontecido uma “significativa redução da atividade do Super Bock Group provocada pelo efeito da pandemia covid-19, bem como o cenário de recessão previsto para o futuro próximo, forçam a empresa a reajustar a sua estrutura para defender e proteger a sustentabilidade do grupo”.

O Bloco lembra que a Comissão de Trabalhadores “faz uma descrição totalmente distinta dos factos”. A estrutura representativa dos trabalhadores diz tratar-se de uma decisão “incompreensível uma vez que se aproxima uma altura do ano em que empresa precisará de mais trabalhadores” e argumenta que o Super Bock Group “terá recorrido a trabalho suplementar e existem mesmo trabalhadores a desempenhar as suas funções 24 horas por dia”. Para além disto, “com o processo de desconfinamento social, a fábrica assumiu níveis de produção de quase 100%, em alguns casos acima disso”.

A CT defendeu igualmente que “a empresa tem atingido resultados extraordinários, permitindo que se financie a si própria, mantendo os índices de endividamento em valores residuais, sem necessidade de qualquer injeção de capital por parte dos acionistas, que se limitam a, anualmente, vir recolher os lucros”. Contrasta esta decisão com a da renovação da frota automóvel para a administração e para os diretores.

Segundo o partido, “a confirmarem-se os factos invocados pela Comissão de Trabalhadores esta situação consubstancia um claro abuso por parte da Super Bock e é inaceitável à luz da legislação laboral e dos princípios de boa fé na celebração dos contratos”.

Dado este quadro, os deputados bloquistas querem saber se já houve ações inspetivas, se foram requeridos apoios públicos por parte da empresa durante a pandemia (e com que fundamento) e que medidas este pretende tomar “com vista a travar estes despedimentos e a reposição da legalidade”.

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