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Bloco questiona “despedimento coletivo velado” na PT/Meo

A Altice, a proprietária da Meo, pretende que dois mil dos seus trabalhadores passem para uma nova empresa. O Bloco questionou o governo sobre esta reestruturação da empresa que parece ser um “despedimento coletivo velado”. A Comissão de Trabalhadores também tomou posição contra este estratagema.
Foto de CGTP

A Altice Portugal anuncia lucros 509 milhões de euros mas mantém a precariedade na empresa e ameaça despedimentos. Na pergunta que dirige ao governo, o Bloco considera “paradoxal” este contraste.

E é “ameaça de despedimento” como os deputados José Soeiro e Isabel Pires caracterizam a reestruturação anunciada na empresa que vem “camuflada sob a figura da cedência ocasional” de trabalhadores da empresa-mãe para uma outra, a Meo Serviços Técnicos. Isto porque os deputados pensam que a sua consequência será “a eliminação total da operacionalidade das atividades e serviços da Direção de Infraestruturas e Operações que representam 2000 postos de trabalho” e a “eliminação desses postos de trabalho na origem”.

Segundo o Bloco “esta situação tem gerado grande inquietação junto dos trabalhadores desde logo por se afigurar como uma tentativa velada de despedimento coletivo, nomeadamente dos trabalhadores que pretendam regressar à empresa de origem e que sejam confrontados com a invocação de extinção do posto de trabalho”. Por isso, questionaram o governo não só sobre o seu conhecimento da situação e as medidas que está disposto a promover “com vista a evitar um despedimento coletivo promovido pela Altice com todos os impactos sociais daí decorrentes” mas também sobre o seu “posicionamento do Governo face à venda de ativos”a anunciada venda de rede de fibra óptica e de cobre, ativos fundamentais para distribuição e transporte de telecomunicações e as medidas que “pretende encetar com vista a velar pelo combate à precariedade no setor privado, nomeadamente na MEO/Altice”.

A Comissão de Trabalhadores da Meo também se manifestou contra a criação desta nova empresa uma vez que “não surge acompanhada de argumentos sólidos financeiros, que dêem prova da solidez e sustentabilidade”. Por isso, reclamam ver os documentos que a empresa continua a não lhes mostrar: uma cópia da escritura de constituição desta empresa e a informação sobre o seu capital social.

Também a propalada vontade de melhorar serviços não colhe entre os trabalhadores. Tem sido a própria empresa a assumir “recorrentemente que a DOI, enquanto direcção da Meo SA, é eficaz e funcional” e a dar conta de uma “constante melhoria da prestação das actividades”.

Por detrás da criação da nova empresa pode estar a vontade de, depois de terminado o período de “cedência ocasional” promover despedimentos com justa causa por extinção do posto de trabalho.

Os trabalhadores revelam ainda uma “especial preocupação” face à venda das “estruturas de redes e serviços”, uma “estratégia da gestão” que temem que seja sinal de uma “ambição de desmembramento do grupo através da alienação de património”.

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