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Bloco quer proibir venda de produtos de risco aos balcões dos bancos

Pedro Filipe Soares adianta que o Bloco de Esquerda apresentará propostas para combater paraísos fiscais. “Cada euro que não é pago em impostos e foge para um offshore é um euro que faz falta ao Serviço Nacional de Saúde e à escola pública”, explica o líder parlamentar bloquista.
"Não se podem criar bombas-relógio deste género, sempre a cair em cima dos contribuintes", defende Pedro Filipe Soares. Foto de Paulete Matos.

“Não havendo nenhuma alteração à lei, dependendo apenas e só de uma ideia de que todos [os bancos] cumprirão as regras existentes, essas regras são permissivas ao ponto de podermos estar a criar novamente lesados para o futuro”, como aconteceu com o BANIF e o BES, avisou, em declarações ao Diário de Notícias, Pedro Filipe Soares.

Para o líder parlamentar bloquista não se podem criar “bombas-relógio deste género, sempre a cair em cima dos contribuintes e das próprias pessoas que confiaram nas instituições bancárias”.

O Bloco de Esquerda pretende “evitar a lógica do BES em que o BES vendia ao balcão o papel comercial de empresas do Grupo Espírito Santo” (…) proibindo “os bancos de realizarem operações sobre valores indevidos por si ou por qualquer uma sociedade e empresa relacionada com esse banco, evitando situações como as que tivemos”.

Recorde-se que no último debate quinzenal, Catarina Martins desafiou o primeiro-ministro neste sentido que, por sua vez, concordou ser preciso “pôr na ordem” o sistema financeiro.

Segundo o deputado, os bloquistas apontarão ainda baterias aos paraísos fiscais. “A cada dia que passa, os exemplos dos diversos leaks que têm existido demonstram como os offshores continuam a ser - se não houver alterações - e permanecerão no futuro como o ponto fulcral das estratégias de fuga fiscal, muitas vezes até de tráfico de influências e da criação de uma economia paralela”.

“Insistiremos em várias propostas, começando por uma que não ficou bem resolvida, que tem que ver com a descrição do beneficiário efetivo, com a identificação de toda a cadeia de detentores de participações sociais [nas empresas] para podermos identificar quem é o detentor de determinada participação social”, explicou ao DN.

“Como não há correspondência entre a propriedade e proprietários, então não há a quem pedir responsabilidade” e “cada euro que não é pago em impostos e foge para um offshore é um euro que faz falta ao Serviço Nacional de Saúde e à escola pública”.

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