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Bloco quer proibir a caça com matilhas

PS, PSD, CDS, PCP e PEV recusam acabar com a caça com matilhas de cães. Alegam que é fundamental para o mundo rural e a biodiversidade. Maria Manuel Rola contrapôs esses argumentos acusando a direita de ter colocado em causa a biodiversidade pela caça desregrada e pela destruição dos habitats.

O Bloco pretende que passe a ser proibido caçar usando matilhas de cães. O projeto de lei do partido, apresentado outra vez esta quarta-feira no parlamento, contempla, contudo, um período de transição em que as atuais matilhas podem continuar. Só não se podem licenciar novas matilhas nem juntar animais às existentes.

É um caminho progressivo para a extinção das 512 matilhas registadas no país, quase metade das quais no Alentejo. Em 2017 e 2018, tal proposta tinha sido já recusada por PS, PSD, CDS, PCP e PEV. No parlamento, apenas o PAN tem uma posição semelhante à do Bloco.

Na apresentação do projeto de lei, Maria Manuel Rola recusou o “alarmismo e acusações vindas das associações de caça” e passou em revista os argumentos contrários à sua aprovação: “o desconhecimento do interior e da biodiversidade, da economia do território, o caos da falta de controlo da população animal e o fim da caça”.

Para a deputada bloquista o “mito” de que o fim da caça com matilhas de cães contribuiria fortemente para o despovoamento do interior “instrumentaliza a população do interior”. Assim, desafiou a direita: “se queremos falar de despovoamento, talvez devamos falar de serviços públicos que CDS e PSD encerraram”. E acrescentou que as opções que estas forças políticas tomaram no governo é que “têm levado ao despovoamento, às alterações dos ecossistemas e à extinção massiva de espécies e biodiversidade seja pela caça dos animais de forma desregrada, seja pela destruição dos habitats.”

Recorde-se que o registo de cães para caça maior passou a ser obrigatório com o decreto-lei n.º 24/2018 de 11 de abril. Este decreto-lei clarifica que o que é a “caça a corricão”, um tipo de caça “em que o caçador se desloca a pé ou a cavalo para capturar espécies cinegéticas apenas com o auxílio de cães de caça, conduzidos pelo próprio ou por auxiliar, e com ou sem pau” e possibilita que “na caça ao coelho-bravo em zonas de caça, o número de cães seja definido pela respetiva entidade gestora ou concessionária”.

Apesar dos cães serem utilizados na caça sobretudo para fazer as presas sair das tocas, por vezes acontecem lutas dos cães com raposas, javalis ou veados.

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