You are here

Bloco marca conferência autárquica para 18 de fevereiro

A Mesa Nacional do Bloco anunciou que as bases programáticas das candidaturas autárquicas serão lançadas em conferência nacional no dia 18 de fevereiro.
Pedro Soares na conferência de imprensa da reunião da Mesa Nacional do Bloco. Foto Manuel Almeida/Lusa

Na conferência de imprensa que se seguiu à reunião da Mesa Nacional do Bloco de Esquerda, este domingo em Lisboa, Pedro Soares anunciou a data da Conferência Nacional Autárquica do partido. Será a 18 de fevereiro, em Lisboa,  se realizará a iniciativa “que pretende avançar com as bases programáticas das candidaturas autárquicas do Bloco”.

“O Bloco de Esquerda primeiro discute a política e o seu programa autárquico e só depois escolherá candidatos”, afirmou Pedro Soares aos jornalistas, garantindo que o objetivo “é conseguirmos até ao final de março ter as principais candidaturas apresentadas no país e disputar o espaço da democracia local na maior parte dos concelhos”.

“Queremos apresentar candidaturas fortes, que disputem a possibilidade de gerir municípios e freguesias” num mapa eleitoral que abranja “75% a 80% dos eleitores e eleitoras portuguesas”, prosseguiu Pedro Soares, lembrando que, à semelhança de anteriores eleições, “o Bloco também apoiará candidaturas de listas de cidadãos, aumentando esse espaço de participação cidadã que consideramos essencial nas eleições autárquicas”.

Quanto aos resultados eleitorais pretendidos para as eleições autárquicas deste ano, o objetivo passa pelo “aumento da representação autárquica do Bloco e que isso permita que o Bloco seja uma força política em termos locais capaz de decidir sobre as políticas para os municípios e para as freguesias”, afirmou o dirigente bloquista que é responsável pela política autárquica na Comissão Política do partido.

Pedro Soares destacou ainda que “nunca sentimos que o Bloco fosse tão apelativo como está a ser agora em termos autárquicos”, notando que existe hoje “uma grande disponibilidade das pessoas para integrarem candidaturas do Bloco”. O esgotamento programático dos partidos que têm eleito a esmagadora maioria dos autarcas nas últimas quatro décadas explica esse fenómeno, no entender de Pedro Soares, acrescentando que “as fraturas no PS e no PSD em termos autárquicos são a prova desse esgotamento”.

“A questão que neste momento se coloca em termos de agenda urbana em Portugal é a de as cidades, vilas e aldeias não serem meros territórios de reprodução do capital, de especulação, gentrificação e exclusão, mas sejam espaços de concretização de direitos sociais fundamentais: direito à habitação, à educação, à saúde, a um ambiente saudável, sempre com uma perspetiva de desenvolvimento sustentável para hoje e para as gerações futuras”, defendeu o dirigente bloquista.

O “pacote de descentralização” proposto pelo governo também mereceu críticas nesta conferência de imprensa, com Pedro Soares a defender que “a descentralização deve ser um instrumento para conferir mais capacidade de participação e decisão aos cidadãos e não um mero esquema de municipalização das responsabilidades e competências do Estado. Para isso não contribuiremos”, prometeu.

“Ministro do Ambiente deve mesmo ir a Madrid defender o encerramento de Almaraz”

Para além da preparação das eleições autárquicas, foram destacados outros dois temas do debate político nesta reunião da Mesa Nacional: o processo de venda do Novo Banco e a ameaça de prolongamento do funcionamento da central nuclear de Almaraz.

Pedro Soares reafirmou que “o Bloco opor-se-á a qualquer processo de venda do Novo Banco e defende que o Novo Banco deve estar na esfera pública”, uma vez que essa é a solução que protege os contribuintes e que a presença pública forte no sistema financeiro “é essencial para fazer face ao agravamento da instabilidade no euro e na União Europeia” que se prevê no próximo período.

Se a venda do Novo Banco avançasse, “ao contrário do que foi dito inicialmente, seriam os contribuintes a pagar mais uma vez uma situação de resgate. Não faz sentido que isto aconteça. Não é um problema ideológico, mas de defesa do país”, concluiu.

Quanto à questão de Almaraz, Pedro Soares desafiou o ministro do Ambiente a não cancelar a reunião revista com Espanha. “O ministro deve mesmo ir a Madrid falar com a sua homóloga e defender o encerramento de Almaraz”, afirmou o dirigente do Bloco.

“O Bloco apoia todas as mobilizações cidadãs que têm vindo a ser feitas, desde a manifestação de Cáceres no ano passado como na próxima concentração no dia 12 de janeiro em frente ao consulado de Espanha”, prosseguiu Pedro Soares, apontando Almaraz como um caso paradigmático da forma como “o governo do PP espanhol procura a todo o custo manter a sua rede de centrais nucleares, na maior parte dos casos obsoletas”, ao ponto de provocar “um problema grande de segurança para o nosso país”.

Termos relacionados Política
(...)