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Bloco disponível para soluções perante a “intransigência repetida” de António Costa

Em declarações à imprensa no final de uma reunião com o Agrupamento de Centros de Saúde de Sintra, Catarina Martins reafirmou o compromisso do Bloco de Esquerda com soluções para o país. “É possível fazer muito melhor e estamos cá para isso” afirmou a coordenadora bloquista.
catarina Martins reafirma disponibilidade do Bloco para soluções. Fotografia: Paula Nunes

Catarina Martins reuniu esta terça-feira com a direção do Agrupamento de Centros de Saúde (ACES) de Sintra. No final deste encontro, em declarações à imprensa, a coordenadora do Bloco de Esquerda considerou ser “difícil de explicar” porque motivo o Governo considera que “não tem legitimidade política para fazer o aumento extraordinário de pensões”, uma vez que “noutras matérias tem considerado que tem toda a legitimidade”, seja na concessão das minas ou na questão dos eucaliptos. 

A coordenadora bloquista referiu ser “estranho” que o Governo “continue sem responder à dupla penalização de quem tem uma vida inteira de trabalho”, referindo-se à indisponibilidade do Governo para eliminar o fator de sustentabilidade das pensões. “O Primeiro-Ministro dizia ontem [na entrevista à RTP] que as propostas do Bloco de Esquerda são insustentáveis para a Segurança Social, mas nunca avançou com um número”. 

“O que o Bloco propôs foi acabar com a dupla penalização do fator de sustentabilidade, que hoje já só se aplica a uma em cada dez pessoas que pede a reforma depois dos 60 anos e antes dos 66 anos e sete meses” referiu Catarina Martins, recordando que esta medida custaria cerca de onze milhões de euros. 

A eliminação do fator de sustentabilidade aplica-se também “às 62 mil pessoas que se reformaram entre 2014 e 2018 com penalizações da troika, que não existiam antes e que terminaram em 2018”. Acabar com esta penalização custaria cerca de 60 milhões de euros por ano. “A proposta do Bloco custaria menos do que o Governo perdoou à EDP com as venda das barragens” referiu Catarina Martins. 

A propósito da entrevista de António Costa à RTP, Catarina Martins referiu que o primeiro ministro fez “uma entrevista para repetir as suas intransigências à esquerda e apelar a uma maioria absoluta”. 

“O Bloco de Esquerda sabe que é possível darmos um horizonte às pessoas” que melhore os salários, o Serviço Nacional de Saúde, acabe com os cortes nas pensões. “Sempre estivemos disponíveis para soluções que possam puxar pelo país. Aqui estamos para essas soluções” concluiu Catarina Martins.

Sintra: 110 mil pessoas sem médico de família

O Agrupamento de Centros de Saúde de Sintra providencia cuidados de saúde primários de saúde a uma população de mais de 400 mil pessoas. Todavia, debate-se com uma imensa falta de profissionais. 

“10% da população portuguesa que não tem médico de família habita no concelho de Sintra”, referiu Catarina Martins, acrescentando que “cerca de 110 mil pessoas” não têm médico de família. Esta é uma situação “preocupante”, pois o acompanhamento pelos cuidados de saúde primários é a “porta de entrada” no Serviço Nacional de Saúde para a “prevenção na saúde, para as vacinas, para os rastreios oncológicos, para o encaminhamento para consultas de especialidade”

A coordenadora do Bloco lembrou que este ACES abriu 29 vagas para contratação de médicos de medicina geral e familiar, mas apenas cinco ficaram preenchidas. “Temos crescentemente médicos que, sendo formados no SNS, optam por sair" devido aos salários "cada vez mais curtos" e pelas más condições de trabalho, prosseguiu. Catarina defendeu que é essencial contratar as pessoas em falta para assegurar o funcionamento das equipas de trabalho, com psicólogos, nutricionistas, dietistas ou dentistas. 

Catarina Martins criticou a proposta do Governo que consiste em “aumentar o número de horas extraordinárias que os profissionais de saúde já fazem”. E entende que esta proposta não responde às necessidades de um SNS em que “os profissionais de saúde estão exaustos e não aguentam mais horas extraordinárias”.

A coordenadora bloquista considera que é necessário investir em “carreiras e salários” que permitam aos profissionais escolher o SNS. "Não podemos pedir mais horas extraordinárias a estes profissionais. Eles precisam é de mais gente ao seu lado e de serem valorizados", concluiu. 

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